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25/12/2019 às 16h12min - Atualizada em 25/12/2019 às 16h12min

Partidos avaliam situação de vereadores presos na operação Má Impressão

Operação prendeu 20 vereadores de Uberlândia suspeitos de corrupção

SÍLVIO AZEVEDO
Prisões ocorreram na última semana durante ações do Gaeco | Foto: Caroline Aleixo
Pouco mais de uma semana após a prisão de 20 dos 27 vereadores de Uberlândia durante a operação Má Impressão, que investiga o uso irregular e desvio da verba indenizatória na Câmara Municipal de Uberlândia, os partidos se mobilizam em busca de informações sobre as investigações e eventuais medidas disciplinares contra os legisladores acusados.

Os 20 vereadores - incluindo Alexandre Nogueira e Juliano Modesto, que já estão presos desde as operações Torre de Babel e O Poderoso Chefão, e Wilson Pinheiro, em prisão domiciliar desde o final de outubro -, são de 12 partidos, sendo dois do PSD, dois do PSC, dois do PL, quatro do PSB, um do PDT, um do PSDB, um do Republicano, dois do SD, dois do PP, um do Patriota, um do PT e um do Cidadania.

Durante a semana, quatro dos 20 vereadores renunciaram ao cargo em acordo de não persecução penal com o Ministério Público Estadual e foram soltos. São eles: Dra. Flávia Carvalho (PDT), Roger Dantas (Patriota), Ricardo Santos (PP) e Felipe Felps (PSB). Dra Jussara (PSB) está em prisão domiciliar e Paulo César-PC está em liberdade, mas com mandato suspenso pela Justiça até provar a inocência em prazo estipulado. Os demais encontram-se cumprindo prisão preventiva e com o mandato suspenso.

O Diário de Uberlândia procurou os partidos que ainda possuem representação na Câmara após as renúncias. O PSDB, do presidente afastado da Câmara Municipal, Hélio Ferraz-Baiano, informou por meio de nota que a executiva municipal do partido vai se reunir logo após o feriado de ano novo para discutir o assunto.

Bancada com maior número presos, quatro, o PSB informou que os vereadores envolvidos estão suspensos até que as responsabilidades de cada um sejam apuradas e, caso comprovadas as práticas ilícitas, sofrerão um processo de expulsão. Em nota, o partido ainda informou que não manterá nenhuma participação com cargos na administração municipal.

O PT, em publicação feita nas redes sociais do partido, denuncia o uso arbitrário da lei e de “prisões espetaculosas” e informa que o vereador Silésio Miranda fez serviços gráficos sem superfaturamento e repudia a prisão sem conhecimento da acusação.

O jornal não conseguiu contato com os diretórios municipais do PL, Cidadania, SD e PSC. O Republicano informou que não iria se manifestar pois haveria uma reunião para discutir o assunto e eventuais decisões. PSD e PP não se pronunciaram.

Mesmo sem representatividade na Câmara Municipal, o partido Rede Sustentabilidade enviou uma nota ao jornal Diário de Uberlândia informando que apoia qualquer operação judicial que visa o combate ao desperdício de dinheiro público e parabenizando o Gaeco pela investigação que culminou na prisão dos vereadores envolvidos.


Além dos 20 vereadores presos na operação Má Impressão, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também prendeu Alexandre Nogueira, Juliano Modesto e o presidente Baiano por crimes apurados na operação Guardião. A ação foi feita simultaneamente e trata de suposto esquema de propina envolvendo os contratos de vigilância na Câmara de Uberlândia. Por isso, os três vereadores têm dois mandados de prisão preventiva cada um. 

O suplente Marcelo Cunha (sem partido) também chegou a ser preso temporariamente na Guardião suspeito de ter negligenciado a fiscalização, enquanto um dos gestores do contrato, mas conseguiu a liberdade provisória até a conclusão das investigações.

No caso dos 11 parlamentares que tiveram a prisão temporária decretada na Má Impressão, e não celebraram acordos, permanecem no presídio Professor Jacy  de Assis após a conversão em prisão preventiva. 
Veja a situação de cada um dos parlamentares investigados abaixo. 

• Alexandre Nogueira (PSD) - preso preventivamente com dois mandados de prisão
• Marcio Nobre (PSD) – teve liminar negada e permanece preso preventivamente
• Ceará (PSC) – preso preventivamente
• Ronaldo Alves (PSC) – preso preventivamente
• Doca Mastroiano (PL) –
teve liminar negada e permanece preso preventivamente
• Dra Jussara (PSB) – em prisão domiciliar
• Vilmar Resende (PSB) – 
teve liminar negada e permanece preso preventivamente
• Wender Marques (PSB) – preso preventivamente
• Hélio Ferraz-Baiano (PSDB) - preso preventivamente com dois mandados de prisão
• Isac Cruz (Republicanos) - 
teve liminar negada e permanece preso preventivamente
• Pâmela Volp (PP) – teve liminar negada e permanece presa preventivamente
• Wilson Pinheiro (PP) – cumpre prisão domiciliar e teve a prisão preventiva decretada durante a operação O Poderoso Chefão
• Juliano Modesto (suspenso do SD) - preso preventivamente com dois mandados de prisão e já estava preso desde a operação Torre de Babel, no dia 15 de outubro
• Paulo César-PC (SD) – em liberdade, porém suspenso do mandato após pedido do MP
• Rodi Borges (PL) – preso preventivamente
• Silésio Miranda (PT) – preso preventivamente
• Vico (Cidadania) – preso preventivamente
• Marcelo Cunha (sem partido) – em liberdade, porém suspenso do mandato após pedido do MP

Vereadores que renunciaram:

• Dra. Flavia Carvalho (PDT) – celebrou acordo para ressarcir os cofres e foi liberada
• Felipe Felps (PSB) –
celebrou acordo para ressarcir os cofres e foi liberado
• Ricardo Santos (PP) –
celebrou acordo para ressarcir os cofres e foi liberado
• Roger Dantas (Patriota) –
celebrou acordo para ressarcir os cofres e foi liberado


 
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