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26/04/2024 às 15h49min - Atualizada em 26/04/2024 às 18h37min

Sindicância aponta que não há relação entre atendimento e morte de estudante na UAI TIbery

Vitória Alyce morreu na porta da unidade de saúde no início do mês; Missão Sal da Terra divulgou resultado da apuração do caso nesta sexta (26)

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Vitória voltava da faculdade, quando passou mal dentro de um ônibus do transporte público | Foto: Arquivo Pessoal

A Missão Sal da Terra, administradora das Unidades de Atendimento Integrado (UAis) em Uberlândia, concluiu a apuração referente ao caso da Vitória Alyce Pereira Cardoso, de 19 anos, que morreu na porta da unidade, no bairro Tibery. A instituição apontou que não há relação entre o atendimento e o óbito da estudante. Os familiares contestam o resultado da sindicância.

 

Conforme nota divulgada pela Missão Sal da Terra, após investigação, não foi encontrado “nexo de causalidade” em relação ao ocorrido. Além disso, a sindicância chegou a conclusão de que “o tempo entre a chegada, o atendimento e a retirada da jovem do veículo foi de 11 minutos”.

 

A instituição apontou ainda que “no momento em que Vitória adentrou na unidade, uma equipe estava prontamente preparada e aguardando sua chegada”. O relatório da apuração foi oficialmente entregue ao Ministério Público e à Secretaria de Saúde de Uberlândia, que também investigam o caso. 
 

Os familiares da jovem contestaram o resultado da sindicância. “Nós, familiares da Vitória Alyce e participantes do Movimento Justiça, Verdade e Memória para Vitória Alyce contestamos o resultado desta sindicância e informamos a toda a sociedade que foi aprovado na última reunião do Conselho Municipal de Saúde a abertura de uma sindicância composta por Conselheiros, Familiares e Amigos que irão averiguar os fatos e consequentemente questionar estes por aí apresentados. Não vão nos calar e o que fazem é apenas atestar que não respeitam a saúde da população de Uberlândia e a dor da família”. 


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RELEMBRE O CASO

Vitória Alyce Pereira Cardoso morreu no dia 3 de abril na porta da UAI Tibery, em Uberlândia. Para os familiares da vítima, houve negligência no atendimento médico na unidade de saúde.

 

A jovem cursava História na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e seguia normalmente com o seu dia. Ela chegou à faculdade à tarde e voltou para casa por volta de 22h. Vitória entrou em um ônibus do transporte público e, segundo relatos de testemunhas, passou mal e caiu no chão poucos segundos depois. O motorista desviou o percurso e foi até à UAI Tibery.

Após chegarem à UAI Tibery, o motorista saiu do ônibus às pressas, informando que a estudante precisava de atendimento com urgência. No entanto, conforme o relato de testemunhas que estavam dentro do veículo, a equipe da unidade alegou que não poderia atender Vitória, já que ela precisaria estar dentro da UAI para iniciar os primeiros socorros. Na época, a alegação foi de que há um protocolo interno que estabelece que os pacientes não podem ser atendidos do lado de fora, e que inclusive seria necessário acionar o Corpo de Bombeiros para fazer o primeiro atendimento.

 

"O motorista desviou da rota e foi imediatamente para a UAI Tibery. Quando ele chegou, ele desceu correndo e pediu socorro, mas eles alegaram que não podiam atender a Vitória, porque tinha que atender dentro da unidade. O motorista disse que estava de ônibus e que não tinha como entrar na unidade com o ônibus. Eles não quiseram atender ela", disse a tia de Vitória, Juliene Cardoso, em entrevista ao Diário. 


Após alguns minutos, um enfermeiro da UAI Tibery foi até o ônibus para verificar a situação de Vitória. De acordo com a tia da jovem, o tempo de chegada do ônibus até o primeiro atendimento durou entre 20 e 30 minutos. O funcionário chegou a acionar duas enfermeiras e colocou a estudante em uma cadeira de rodas. No entanto, devido à demora no atendimento, Vitória não resistiu.

"Quando Vitória foi socorrida, ela já havia sofrido a parada cardiorrespiratória em decorrência do mal súbito. Houve negligência não apenas médica, mas de todos os trabalhadores da unidade de saúde. Temos muita clareza de que aquelas pessoas são preparadas para atender casos de crise. Todas elas negligenciaram o atendimento, do maqueiro até os médicos. Todo mundo virou as costas para a Vitória. Todo mundo foi negligente e todo mundo assinou o atestado de óbito da Vitória", concluiu Juliene. 


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