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06/08/2018 às 09h55min - Atualizada em 06/08/2018 às 09h55min

O bem em todas as vidas

DENISE AFONSO E ÉRIKA MESQUITA
Gostamos de relembrar. Temos a nostálgica afeição de trazer novamente à tona boas lembranças. Quem já não viu um filme ou uma série pela segunda vez? Dia desses, nessa nostalgia, relemos um livro que tem sua base em uma frase que trazemos para o nosso cotidiano: “Tem gente que vem ao mundo de caminhão e tem gente que vem de bicicleta”.

Passamos uma vida acostumados a arrastar baús cheios de sentimentos ruins, transportando excessos em nossas carretas. Por um tempo refletimos sobre essa frase e pensamos no tamanho do caminhão que usamos para transportar nossas complicações e imaginando a bagagem compacta de alguém que chega de bicicleta! Por isso essa coluna trará uma reflexão sobre a possibilidade de se viver de uma forma menos complicada, carregando menos peso.
Quando pensamos em leveza, ponderamos a perspectiva de sermos pessoas capazes de deixar o mundo menos sombrio, menos pesado, menos inerte. Pessoas que se sentem melhor com elas mesmas e que são mais doces, e acima de tudo pessoas que conseguem sair de seu egocentrismo e enxergar o outro, que pode ser seu colega de trabalho, um filho, o amigo, o porteiro do seu prédio, o catador de lixo.

Recentemente o noticiário tem anunciado várias mulheres que estão morrendo por conta da busca incessante pela beleza física, através de procedimentos inadequados. E já faz algum tempo que brincamos com algumas amigas que são obcecadas pela estética e por dietas, sobre o risco que corremos de emagrecer o corpo e tornar obeso o espírito.
Com o corpo toda rigidez e inflexibilidade é pouca, mas nos perdoamos facilmente por nossa falta de civilidade, de doçura, de sensibilidade, de incapacidade para enxergar e escutar o próximo.
Estamos cada vez mais achando natural agirmos de forma desagradável com os outros, com a justificativa de que estamos estressados ou sem tempo.

Se precisássemos todos passar por um check-up médico e fosse obrigatório pesarmos a alma, pouquíssimas pessoas teriam um bom prognóstico. Além dos deslizes cotidianos de infração de leis humanas ou espirituais, transportamos o peso de cotidianos desgastantes, problemas com dinheiro, ambientes de trabalho competitivos, relações familiares cheias de conflitos e ódio e tudo isso vai nos deixando com a alma vazia e sem cor.
Caros leitores, não estamos querendo falar de algo superficial e da boca para fora, sabemos que toda leveza contém tristeza, raiva, angústia, indecisão...

Queremos mesmo é dizer para que não percam a oportunidade de serem leves quando a vida assim permitir. Dar um bom dia ao porteiro do seu prédio, um sorriso a alguém desconhecido que passa por você na corrida matinal, um grande abraço no seu companheiro de vida para iniciar mais um dia penoso.
Estamos falando de pessoas que conseguem enxergar que gentileza e afeto não são supérfluos, são essenciais para melhorar a qualidade de nossas vidas.

Requeijão de Raspas

Essa receita tem relação com a pessoa que mais sabe sobre a leveza da mente, uma homenagem a meu pai, que ensina muito a todos que o rodeiam com sua sabedoria singela. Nesse caso ensinando a fazer o requeijão de raspas.
Ingredientes:
10 litros de coalhada (leite cru talhado naturalmente, de um dia para o outro)
- 5 litros de leite fresco
- 15 g de sal
Modo de fazer:
Tire toda a nata do leite talhado e reserve. Coloque a coalhada num tacho e leve ao fogo até começar a ferver. Não pare de mexer. Retire a coalhada do fogo e passe na peneira, para tirar o soro. Recolha a massa que ficou na peneira e misture ao leite fresco. Repita a operação de ferver, passar pela peneira e separar a massa. Pegue a nata reservada inicialmente e coloque num tacho, adicionando o sal e a massa e frite nessa gordura, mexendo e desprendendo da panela.
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