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28/10/2018 às 09h00min - Atualizada em 28/10/2018 às 09h00min

Hábitos mais saudáveis na busca por uma melhor

DENISE AFONSO E ÉRIKA MESQUITA COM FOLHAPRESS
É interessante observar quantos novos hábitos e interesses passamos a cultivar depois de uma certa idade, depois que temos maior estabilidade financeira, depois que os filhos crescem, depois que nos cansamos um pouco da rotina cotidiana. 

Nos interessamos por atividades que nunca imaginamos em nenhum momento anterior de nossas vidas. Quem já não se pegou praticando um esporte pela primeira vez após os 40 anos? Quem não abriu sua primeira garrafa de vinho realmente bom após os 35 anos? Quem não resolveu melhorar seu hábito de leitura aos 50? E quem não resolveu procurar um novo caminho espiritual já com netos?

Esses novos hábitos normalmente fortalecem a autodescoberta, nos levam para caminhos mais tranquilos e saudáveis, em um compasso bem diferente da correria do início de carreira ou da busca incansável pelo sucesso quando ainda somos bem mais jovens. 

Não há nenhum problema em buscar o sucesso ou enriquecer, mas nem todos conseguiremos e ainda há um preço alto a se pagar quando a saúde não está sendo preservada. Desacelerar, em muitos casos, é o melhor remédio. Passar momentos em silêncio e calmaria passa a ser fundamental. 

Um dos hábitos mais saudáveis nessa busca por uma melhor qualidade de vida é a leitura, que tem a capacidade de fazer nossa imaginação fluir, nos permite a reflexão e dá oportunidade para que naquele momento em que estamos envolvidos com a história contada no livro estejamos livres de qualquer mal, funcionando como se fosse uma redoma em torno de nós, protegendo aquele mundo criado por nossa mente. 

É uma pena que em nosso país esse seja um hábito tão pouco incentivado, tão pouco valorizado pelas políticas públicas. 

Pesquisa de 2009, feita pela FGV, mostrava que 20% dos municípios brasileiros não tinham biblioteca pública, em muitas localidades a única forma de acesso a obras literárias. Felizmente o quadro melhorou e em 2014 uma pesquisa do Ministério da Educação indicava que em 112 municípios não haviam espaços públicos de leitura.

A tecnologia talvez um dia faça com que os livros em papel se tornem dispensáveis, mas folhear um livro, deixar uma marca na página em que interrompeu a leitura, ter um lápis à mão ou um marca-textos para fazer suas observações, esse um hábito muito gostoso e saudável. Reler um livro depois de muitos anos e ler novamente suas anotações é algo reconfortante e inspirador, uma experiência difícil de explicar, mas fácil de vivenciar. 

Que o brasileiro leia mais! Que o incentivo à leitura seja tão comum que não nos cause espanto. Nossas futuras gerações precisam disso para melhorar seu vocabulário, sua maneira de escrever, de raciocinar, de interpretar. Hoje fala-se tanto em fake news e nos esquecemos que quanto maior o nível de informação mais difícil é para essas notícias se espalharem. 

Aquele que desenvolve o prazer pela leitura é mais crítico, mais curioso e atento, não se contenta com qualquer informação e busca qualidade no que lê, ouve e assiste.

Além de tudo isso, voltando ao início do texto, a leitura nos absorve de maneira tão positiva que nos acalma, nos tira das mãos os celulares e suas exigências imediatas de atenção e resposta. Em um país que deseja ser grande, rico e justo, ter um livro na mão deveria ser algo natural. E que esse hábito não precise começar já na vida adulta, que comece no berço! 

Simpática hortaliça
Couve-flor e molho bechamel 


Alguns dirão que couve-flor é sem gosto. Eu discordo e tenho certeza de que a receita de hoje vai mudar pensamentos. De fato, a hortaliça é o mais pálido membro de sua família vegetal - ela é parente do repolho, do brócolis e da mostarda, entre outros. Isso não significa que seja insossa. Pela cor clara, é conhecida por fazer parte de uma "cozinha branca" e vai bem com peixe e frango. É possível fazer couve-flor salteada em frigideira, dourando-a até quase queimar, ou mesmo fritar seus floretes em óleo quente (ou empaná-los) e servi-los com molho de tahine, pasta árabe de gergelim. E estes são apenas alguns exemplos! Na receita de hoje, os sabores picantes do alho e da noz-moscada no molho bechamel e o salgado do queijo para gratinar fazem ótima combinação. E é possível brincar com ingredientes, incluindo queijos fortes, especiarias picantes e conservas salgadas (como alcaparras e anchovas). Para o gratin que ensino aqui, é preciso prestar atenção a alguns detalhes. Primeiro: esta hortaliça não é cozida previamente, apenas colocada em água fervente para amolecer levemente. Isso é muito importante. Como ela vai ao forno com molho bechamel, continua cozinhando. Se já estiver cozida, pode virar papa. O ideal é que a couve-flor esteja cozida, mas ainda crocante ao morder. Também recomendo usar o leite integral para fazer o bechamel, nosso molho branco. É possível usar leite semidesnatado, desnatado ou até sem lactose. Mas a verdade é que o molho feito com o tipo integral é mais untuoso e saboroso. Também prefiro usar queijo e noz-moscada ralados na hora. A qualidade e o sabor são superiores. Ao fazer o bechamel, se você tem medo de errar e empelotar o molho, siga o passo a passo com rigor e use o batedor de arame. Começar com um creme de manteiga e farinha e ir adicionando o leite aos poucos, enquanto mexe, é garantia de um molho lisinho. Vamos para a cozinha?

Couve-flor gratinada

Ingredientes

-1 cabeça de couve-flor média
-50 g de manteiga sem sal
-¼ xíc. (chá) de farinha de trigo
-500 ml de leite integral
-1 dente de alho amassado
-1 xíc. (chá) de queijo parmesão ralado fino
-¼ col. (café) de noz-moscada em pó ou ralada na hora
-Sal e pimenta-do-reino a gosto

Rendimento: 8 fatias
Dificuldade: médio

Modo de fazer
1- Corte a couve-flor em pequenos floretes e lave bem. Adicione o vegetal em água fervida (suficiente para cobri-lo), com o fogo já desligado.
2-Deixe na água por cinco minutos, para amolecer levemente. Escorra.
3-Em uma panela, derreta a manteiga. Adicione o alho e a farinha e mexa bem com um batedor de arame. Ainda mexendo, adicione o leite.
4-Deixe cozinhar por cerca de cinco minutos, e o molho deverá engrossar.
5-Coloque o sal, apimenta e a noz-moscada para finalizar o bechamel. Em uma travessa, disponha os floretes e despeje o molho por cima.
6-Cubra com o queijo e gratine em forno médio por cerca de meia hora, até dourar bem.
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