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30/12/2023 às 08h00min - Atualizada em 30/12/2023 às 08h00min

Retrospectiva e uma Mensagem

EDMAR PAZ JUNIOR
Foto: Reprodução/Internet
Talvez uma boa maneira de encerrar o ano nessa coluna seja fazendo uma breve retrospectiva do que vimos aqui. Passeamos por diversos temas durante o ano, desde política e religião, até a tão comentada ultimamente inteligência emocional; não deixamos de lado algo tão importante quanto história, afinal, “aquele que não conhece seu passado, está fadado a repeti-lo”, como disse Edmund Burke. Porém, foram três livros que escolhi me debruçar de forma mais detalhada.

Começamos o ano com a obra magistral de José Ortega y Gasset, A Rebelião das Massas, e seu pensamento sobre a decadência intelectual da sociedade, produzida em grande medida pela facilidade que temos hoje em ter acesso ao conhecimento e na obtenção do que precisamos: é quase um “se eu posso ter o que preciso na hora que desejo, por que vou me esforçar”?

Escolhi falar um pouco mais sobre ele justamente porque nossa geração padece, talvez de um modo um tanto quanto mais grave, dos mesmos sintomas que Ortega y Gasset apontava já na década de 1920, o “caminhar sem saber pra onde”, e é de suma importância reconhecer isso, para que possamos tentar retornar para um caminho bom de prosperidade, não apenas financeira, mas principalmente humana.

Na obra de Santo Tomás de Aquino, Onze Lições sobre a Virtude, reconheci a necessidade de que todos nós podemos ser “menos piores”, quando decidimos fortalecer o que entendemos ser uma espécie de “condutas padrão”, ou melhor, práticas que quando realizadas, o simples fato de as estarmos fazendo, por si só, já produzirão bons frutos. As virtudes, principalmente as cardeais – temperança, justiça, fortaleza e prudência –, carregam em si o poder de nos ajudar a organizar tudo o que está a nossa volta.

Por último, mas não menos importante, tive uma imensa, e grata, surpresa, ao me deparar com a obra fantástica do Filósofo brasileiro, Mário Ferreira dos Santos, Cristianismo, A Religião do Homem, em que o professor faz uma verdadeira investigação filosófica, na raiz do conceito aristotélico, buscando e ensinando o porquê de o Cristianismo ser uma religião que decorre da lógica: se o nosso fim – a nossa função – aqui na terra é nos desenvolvermos intelectualmente, pelo uso da razão, passamos necessariamente pelo reconhecimento da nossa pequenez, pela prática reiterada das virtudes e chegamos numa espécie de caminho, que reside no seio de um oásis em meio ao deserto que vivemos, daquele que morreu por nós: a Igreja, Esposa de Cristo.

E isso, em certa medida, fica um tanto quanto sintetizado na mensagem que o Professor Olavo transmitiu, no começo do ano de 2015, desejando Feliz Ano Novo:

“Meus votos de Feliz Ano Novo para cada um de vocês são os seguintes: aconteça o que acontecer, não se deixe desencorajar. Não feche os olhos ante a realidade., por pior que ela seja. A coragem de espírito, o amor incondicional à verdade, é a mãe de todas as virtudes – e não existe amor à verdade quando, por pensar que já a possui, você deixa de busca-la. Peça a Deus que preserve, acima de tudo, a luz da sua consciência e a sua humildade de reconhecer a verdade quando ela aparece e é diferente do que você esperava. O resto deixe por conta d´Ele. Assim você atravessará o ano vitoriosamente, mesmo que tudo em volta seja derrota e tristeza”.

É com essa mensagem forte e bela, que encerro um ótimo ano que tivemos juntos.

Desejo um Feliz e Abençoado Ano Novo, repleto de realizações e conquistas!
  
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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