Há alguns anos, leio, estudo, pesquiso e futrico literaturas sobre as emoções. Sem dúvida, passei por vários livros de psicologia, psiquiatria, filosofia, motivacionais e afins. Também assisti a filmes, documentários, palestras... porque tudo isso é parte do processo. A questão é que o aprendizado é um caminho estreito, espinhoso, com pouco oxigênio... portanto demanda muita organização, determinação, querer e resiliência. Eu não sou lá muito organizada, nem determinada, nem tenho querer exacerbado, muito menos acredito me enquadrar na resiliência... Sou parte assim, e parte não assim. Tenho aversão a excessos de qualquer natureza, gosto da multiplicidade, sou fã da criatividade e da inovação... e isso é visto, pela maioria, como inconsistência, embora uma coisa nada tenha a ver com a outra. Existem pessoas que preferem viagens de trem, para trilharem em linha reta, sem paradas; há aquelas que preferem os voos, para verem tudo a distância e de maneira rápida e superficial; e há aqueles, como eu, que preferem viagens demoradas, com diversas paragens e com oportunidades de caminhos diversos, para aproveitar melhor o passeio, conhecer novidades e detalhes, apreciar a natureza, esbarrar em novas culturas, perceber o vento soprar no rosto, sentir o cheiro das plantas... e, como diria meu saudoso avô, gosto de ver o mato passar. Para mim, o importante é não desistir, não importa se vai demorar. A vida é uma aventura, e precisamos saber apreciar os bons imprevistos também. A sabedoria está em enxergar além do óbvio. É preciso saber replanejar, sempre que necessário, e isso só acontece quando temos múltiplos saberes. Os sonhos são uma das possibilidades de trajeto, e sabendo a hora de sonhar e a hora de torná-los realidade é, por certo, mais viver. Vindo de uma origem tão humilde, posso assegurar que os sonhos foram mais que meus amigos, foram meus conselheiros. Os sonhos moravam dentro de mim, dentro das aulas, dentro de casa, dentro das conversas, dentro das pregações, dentro dos livros... (e ainda moram e atuam). Se não fossem os sonhos dando pitacos de todas as formas e em tudo que acontecia, muito provavelmente eu teria desistido, mas acontece que Deus não erra, Ele sabia disso, e assim criou os sonhos para acompanhar os sozinhos.
Nesta vida, o reconhecimento para desafortunados costuma surgir dois séculos após nos tornarmos estrelinhas, então, não se dê ao trabalho de pensar que sou daqueles sujeitos que têm milhares de leitores ou seguidores, porque o que mais me segue são os sonhos, o desejo de viajar e a palavra. Esta última mora dentro da minha boca, então é só abrir a boca, em qualquer canto, e lá está ela, procurando ouvidos dispostos a ouvi-la. Se tudo se tornará realidade, com certeza não, mas eu planto todos os dias e irrigo e fertilizo meu jardim, desse modo, às roseiras que florirem, parabéns. Aliás, esta frase deveria ser: às floreiras que florirem e às roseiras que rosarem..., porque flores e rosas se diferem, as flores são mais amplas que as rosas, haja vista que a segunda é subclasse da primeira.
Mas, e o que tudo isso tem a ver com as emoções e os estudos que mencionei no início? Possivelmente, nada, contudo me permitirá um paralelo. As emoções, para mim, são os sonhos, também são as rosas. Enquanto sonhos, as emoções que abrem as primeiras possibilidades, apontam as ideias, por meio do desejo; e enquanto rosas, enfeitam o caminho, dão cheiro e beleza, apontando probabilidades. Já a realidade são as flores, com capacidade de reprodução e multiplicação. As rosas são namoro, as flores, casamento. Uma complementa a outra e trilham juntas por toda a vida, em uma viagem com paragens, com diferentes cenários.
Como escreveu Steve Jobs, “Estamos aqui para fazer alguma diferença no universo”. Então, a boa literatura, seja qual gênero for, sempre será um adubo para as ideias, que são as sementes, e a boa interpretação será a irrigação dessas ideias, jardins e pomares, para que daí brotem fruteiras e deem bons frutos, ampliando a autoestima, a motivação e o sucesso.
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