Nesta semana, enquanto assistia as aulas do psicanalista e professor Jorge Forbes, ex-aluno de Jacques Lacan, em que, em certo momento, tivemos a participação do filósofo e escritor Luc Ferry (ex-ministro da Educação Nacional da França), fiquei pensando no quão importante é buscar o entendimento psicanalítico e filosófico, para que haja melhor compreensão de mundo, especialmente no momento atual, em que as pessoas andam “inflamadas, doentes e muito únicas”. O “eu” anda tão intenso, que se chega a esquecer da brevidade que é a viagem por aqui. Como escreveu Mário Quintana: “Todos esses que aí estão, atravancando meu caminho, eles passarão... Eu passarinho!”. Sabemos que não há receita de felicidade, mas, sim, ações que nos levam a ela. A vida é causa e consequência. Em certo momento, Forbes comentou sobre a preocupante “loucura por emagrecimento rápido”, em que as pessoas tomam uma certa injeção “milagrosa”, que já levou tantos a perder a vida, mas outros continuam buscando pelo medicamento porque é receita pronta. É como se entre o óbvio visto e o insano empacotado optássemos pelo segundo, por este ser palpável. Ou seja, o amor é óbvio, mas não é palpável; a punição física é insana, mas é palpável, então, a última traz a ilusão de ser mais “rápida e eficiente”.
Temos vivido a necessidade de se exercitar o amor, a Inteligência Emocional, as relações... e assim por diante. Nunca se falou tanto em Inteligência Emocional (IE) como nos últimos tempos, mas o que é isso senão a capacidade de se conhecer e manter as rédeas de suas emoções? É por meio do saber e do autocontrole que alcançamos nossos objetivos, seja profissional, seja pessoal. A determinação é fundamental para o sucesso da empreitada, mas para que esse sucesso seja positivo, também é preciso ser coerente. Nesse sentido, o crescimento pessoal faz toda a diferença para um equilíbrio humano, na trajetória traçada em busca do sucesso.
A baixa autoestima, a baixa inteligência emocional, sem dúvida, enfraquece o ser diante da vida, e isso, inevitavelmente, afetará seu comportamento social, podendo levá-lo a quadros graves de doença psicológica. A ausência de autoconfiança leva ao excesso das paixões, tornando as relações doentias. Sobre isso, outra vez Quintana nos ensina: “Se tu me amas, ama-me baixinho. Não o grites de cima dos telhados; deixa em paz os passarinhos. Deixa em paz a mim! Se me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, amada, que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...”
A mente humana precisa ser cuidada todos os dias, para que não adoeça. Pequenas ações, como um sorriso, um cumprimento, um passeio pela rua, uma conversa amiga... são ações positivas na vida acelerada que levamos. A boa leitura traz informações preciosas, mas é preciso praticar o aprendizado, para que se alcance bons resultados, quanto ao enfrentamento diário dos problemas. O não enfrentamento é um dos pontos mais difíceis e que dificultam (ou impedem), severamente, o crescimento humano. Muitos são aqueles que não conseguem sair dos sonhos. Boa parte alcança o planejamento. Mas só uma parte deste chegam à realização.
Reconhecer nossas fraquezas é tão importante quanto reconhecer nossos méritos. Desconfiar e confiar; questionar e apresentar soluções; exigir e oferecer ajuda; esperar o elogio e também elogiar; saber falar e saber ouvir... essas são pequenas ações que nos capacitam. A frase de Sócrates: “Conheça a ti mesmo” está mais viva do que nunca, pois é se conhecendo que se encontra o equilíbrio. É a partir do autoconhecimento que se alcança o autocontrole, isso leva à motivação, e estar motivado para a vida é meio caminho para a vitória. A motivação nos leva a conhecer outras pessoas e nos ensina a arte da liderança.
Desse modo, na brevidade do tempo que temos, não sejamos excessivos, sejamos apenas intensos.
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