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30/07/2022 às 08h00min - Atualizada em 30/07/2022 às 08h00min

Foco

EDMAR PAZ JUNIOR
Foto: Reprodução/Internet
Como já havia falado anteriormente, tive sorte de “tropeçar” em alguns ótimos livros, que me levaram a outros, e outros, e assim sucessivamente. Acredito que existam certos ensinamentos, claro, a depender do momento individual de cada um, de certa modo destravam uma barreira, como se fossem uma fase de um game: assim que passamos aquele ponto, um longo corredor com várias possibilidades se abrem. A leitura proporciona a chave para adentrar nesse corredor. Eis aqui um dos grandes objetivos da presente coluna, falar sobre livros que não são tão comentados, meio que sair de um lugar comum, tentar fugir um pouco das ditas “modinhas, as quais nos jogam os livros que desejam que leiamos, como se fossemos pecinhas em seus tabuleiros. Óbvio que existe o marketing avançadíssimo por trás de quase todas as coisas “vendáveis” hoje em dia, e mesmo aquelas que parecem não ter esse objetivo, já o são apenas por dizerem que não o são.

O livro de Daniel Goleman, ph.D., formado em psicologia pela Universidade de Harvard e duas vezes indicados ao Prêmio Pulitzer, foi para mim integrante de uma trinca, lidos quase simultaneamente por conta da proximidade temporal, que, em certa medida, me ajudaram a entender os benefícios que os bons hábitos podem nos fornecer à longo prazo. Originais - Como os Inconformistas Mudam o Mundo, de Adam Grant; O Poder do Hábito, de Charles Duhigg, e Foco, são o tipo de livros que evidenciam algo que nos passa despercebido constantemente, e se perde no emaranhado de informações e futilidades que nos chegam todos os dias: a de que caminhar pela estrada para o sucesso não é uma habilidade que simplesmente se nasce ou não com ela, ou seja, não é apenas um dom, mas que pode sim ser construída por qualquer um. Mas para isso, precisamos entender o que buscamos. É aquela verdadeira história do “quem não sabe para onde quer ir, qualquer caminho é caminho”. E qualquer caminho muitas vezes pode dar em lugar nenhum.

Tanto Originais, quanto O Poder do Hábito, já abordados por aqui, apresentam uma sutil ideia de como qualquer pessoa pode aprimorar sua criatividade, aprender a identificar e defender suas ideias originais, não aceitar o conformismo e tentar quebrar algumas ideias engessadas; e como focar em padrões que moldam cada aspecto de nossa vida podem fazer com que tenhamos sucesso, aprendendo como funcionam os hábitos. Mas é na obra de Goleman que podemos ter um vislumbre de como conseguir focar em tarefas específicas podem ser de extrema valia para alcançar nossos objetivos.

O autor conta a história sobre um segurança, que por sua experiência adquirida por muitos anos trabalhando na área de vigilância, consegue identificar possíveis ocasiões de furtos na loja que trabalha, de forma quase que automática. Um olhar diferente, uma movimentação mais rápida que o normal, as vezes até mesmo uma ligação não atendida, tornam uma pessoa suspeita; na maioria das vezes, certeira. Quero usar esse exemplo como um paralelo do porque acredito numa ideia de que a “presença” de coisas boas e objetivos bons, são fundamentais para conquistar sucesso em nossas vidas.  

Quando Goleman ensina que o foco funciona basicamente como um músculo que precisa regularmente ser exercitado, o que proporciona cada vez mais o seu desenvolvimento, aprender a se “desvencilhar”, por exemplo de notícias que são desnecessárias (muitas delas pisadas e repisadas pela mídia, fazendo apenas com que nosso cérebro reviva um mesmo estresse anterior,  como a informação de alguma tragédia - o mundo é caótico mesmo, e a cada segundo acontece uma tragédia nova - e se pretendermos saber o que acontece o tempo todo, se torna evidente que não conseguiremos concentrar em nada que devemos fazer), ou até mesmo de situações quotidianas que não agregam conteúdos, como livros ruins, filmes ou músicas de baixa qualidade, se torna um grande trunfo no domínio da nossa atenção. 

Não há dúvidas de que conseguir atenção plena naquilo que nos propomos a fazer é muito difícil, contudo, não impossível. É realmente um exercício constante. Quando definimos uma meta, nos cercamos daquilo que é elementar para o objetivo traçado adquire um papel relevante, principalmente para aqueles que ainda não conseguem ter essa atenção com foco. Para quem deseja estudar mais, por exemplo, talvez tirar o celular do seu alcance e deixar um livro com fácil acesso, seja um pequeno passo que resultará em vários minutos a mais de concentração. 

Quantas vezes estamos conversando com alguém, e sem perceber nossa mente vai para longe, e como dizemos no interior, ficamos “pensando na morte da bezerra”? Em outros momentos, simplesmente não prestamos atenção no que o outro diz, apenas porque estamos planejando uma resposta para aquilo que a pessoa está falando, ou pior, estamos verificando o celular, alguma mensagem, instagram, twitter... 

O ambiente à nossa volta, em certa medida, acaba se internalizando em nós, de forma que é necessário um cuidado especial. Em alguns momentos, quando percebemos ser pegos pelas distrações, muitas vezes um passeio por algum lugar arborizado, ou mesmo um quadro de uma paisagem de natureza, podem se tornar um  “respirar com os olhos” que nos acalma e permite voltar nossa atenção para aquela tarefa que precisamos realizar. Com várias dicas práticas como essa, o p.h.D ensina como o foco é a base para um crescimento permanente e eficiente para conquistar sucesso em qualquer área de nossa vida.

Foco, Daniel Goleman.

 
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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