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28/06/2017 às 18h38min - Atualizada em 28/06/2017 às 18h38min

Narcos

KELSON VENÂNCIO | COLUNISTA
Foto: Divulgação

 

Pablo Escobar foi o maior traficante de todos os tempos e por causa das drogas conseguiu conquistar um império se tornando um dos homens mais ricos do mundo. Por causa dessa notoriedade que ficou marcada na história da Colômbia e por que não dizer de outros países, especialmente os Estados Unidos, algumas produções cinematográficas já foram feitas sobre este criminoso. A Netflix nos brinda com uma ótima série de TV que foi bem produzida e que caiu no gosto do espectador. "Narcos" é sem dúvida mais um grande acerto do canal e por isso garantiu uma segunda temporada antes mesmo do fim da primeira.

A série criada por Eric Newman e Chris Brancato, tem como personagem principal o ator Wagner Moura que fez um brilhante trabalho interpretando Escobar. E foi o diretor José Padilha (de "Tropa de Elite"), responsável por levar o projeto às telas, que escalou o ator brasileiro para que ele pudesse mostrar o talento que tem em mais uma produção internacional. E praa variar Wagner consegue nos trazer um Pablo Escobar intenso e bem caricato. É nítido que ele se preparou bastante para interpretar o traficante. O jeito de falar, de se vestir, de andar e até mesmo de mexer com a boca nos momentos em que está nervoso mostra uma atuação bastante convincente. Wagner Moura, que até então não falava espanhol, passou meses na Colômbia, inclusive na escola, para aprender a língua do país e se habituar aos sotaques para trabalhar em "Narcos". Com o passar dos episódios a gente se acostuma tanto com o jeito dele de falar que chega um ponto que até esquecemos que se trata de um ator brasileiro.

Mas além de Wagner Moura, Narcos nos traz um elenco extremamente competente e todos, até mesmo os atores mais coadjuvantes, realizam um ótimo trabalho. Entre estes profissionais se destacam Pedro Pascal (que atuou em "Game Of Thrones"), Boyd Holbrook (de "Noite sem fim" e "Caçada mortal"), Ruan Pablo Raba (de "Agentes da S.H.I.E.L.D") e o outro brasileiro André Mattos que faz o papel de Jorge Ochoa, outro traficante que faz parte do cartel de Medellín.

Além de ser produtor executivo, José Padilha dirigiu alguns episódios juntamente com outros cineastas. E este é outro ponto forte da série: a direção. E nesse caso, apesar de ser outra história, vemos em "Narcos" características semelhantes as de "Tropa de Elite". Parece que Padilha nasceu mesmo pra dirigir longas em que o tema central seja a violência. Tudo é muito bem feito!

O roteiro é outra característica que funciona muito bem ao longo dos 10 capítulos da primeira temporada da série. A história é muito boa e envolvente e foi muito bem adaptada para a TV trazendo um bom dinamismo, o que difere "Narcos" de um documentário qualquer sobre a vida de Pablo Escobar. Apesar de ser bem narrada e interpretada, a trama só falha no quesito “vício”. Se a droga negociada por Pablo causa dependência, infelizmente a história contada não causa tanto. É que "Narcos" não chega a ser um seriado daqueles que ficamos ansiosos, doidos, viciados pra ver o capítulo seguinte. Mas este é apenas um mero detalhe que não atrapalha em praticamente nada a eficiência da produção.

Nota 9

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