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31/05/2017 às 16h37min - Atualizada em 31/05/2017 às 16h37min

"O Poderoso Chefinho"

LEO HEFFER | COLABORADOR DO CINEMA & VÍDEO
Foto: Divulgação

 

"O Poderoso Chefinho" é o tipo de animação que tem um trailer que não vende bem o filme. Na verdade não faz jus ao longa. Passei algumas semanas com um certo preconceito em relação ao longa, afinal, de onde conseguiriam explicar um bebê que fala como um adulto e se veste de terno e gravata – e não é só pra tirar aquelas fotos de estúdio.

Pois bem, hoje dou graças ao meu surto que resolveu esquecer o preconceito e disse: “ok, o máximo que vai acontecer é você sair com raiva – talvez muita raiva – do cinema, mas enfim, bora lá né? E que grata surpresa! A animação da, da Dreamworks animation, é o tipo de animação que definitivamente não foi feito para crianças – ou até diverte as crianças, mas a compreensão da animação só é possível pelos adultos.

Na história, Tim tem a melhor vida que poderia ter. Dono de uma imaginação incrivelmente fértil, o garoto vive com seus pais, publicitários e responsáveis pelo marketing de uma fábrica de produtos para animais. Mesmo com o excesso de trabalho, eles sempre encontram tempo para o filho, que está feliz por ser o primogênito e único. Mas seu reinado pode ser ameaçado com a chegada do irmão mais novo. E é exatamente aí onde mora a genialidade do longa.

Por ter a mente imaginativa, Tim cria todo um mundo para explicar a terrível chegada do pequeno, que agora passa a comandar a casa (afinal, é um bebê, precisa de toda a tenção dos pais). Daí a sacada de "O Poderoso Chefinho". Em sua imaginação, o pequeno chega para combater um mal que vem assolando o mundo: os humanos não têm mais como o sonho máximo de suas vidas, constituir famílias. Os pequeninos e futuros integrantes das família, estão sendo trocados por cachorrinhos! A missão é fazer com que as pessoas voltem a amar muito mais as crianças que os seus pequenos filhos de quatro patas, e para isso vai precisar unir forças com o irmão mais velho e arquiinimigo para poder combater o lançamento de um novo produto pela fábrica dos seus pais.

A sacada incrível da animação é que, como se passa no campo fértil e imaginário da cabeça de Tim, não há limites para o que animação pudesse alcançar em diversas situações e a direção (e roteiro) competentes de Tom McGrath e Michael McCullers e Marla Frazee conseguem cumprir essa missão de forma incrível.

O filme consegue fluir entre as cenas cômicas e as cenas de drama de relacionamento perfeitamente, sem deixar que o filme fique meloso demais e nem apelar para excesso de piadas envolvendo babas, vômitos e excrementos. Pelo contrário, as gags da animação são inteligentes, incluindo um grupo de Elvis Presleys!

Uma animação extremamente divertida, no entanto, está focada no público dos pais ou adultos, muito mais do que nos filhos.

Nota – 8

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