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25/07/2020 às 16h03min - Atualizada em 25/07/2020 às 16h03min

Agridoce paraíso

ALICE GUSSONI
MARCEL GUSSONI / DIVULGAÇÃO
Sabe aquela frase que diz “o inferno é aqui”? Toda mãe descobre isso cada vez que pisa descalça em uma peça de lego. Ou quando, naquele momento de muita pressa, a fila que escolhemos é a que demora mais. 

Mas existe outra frase que ando refletindo muito, de Satre, que diz: “O inferno são os outros”. Mesmo sem perceber, esse pensamento domina nossos acontecimentos cotidianos. Porque se temos um conflito com alguém, imediatamente pensamos que o problema é o outro. Se algo de ruim nos acontece, buscamos alguém para pôr a culpa.

Então vivemos, sem nem nos dar conta, imersos na ideia de que o nosso desconforto, nosso inferno, é algo que não é nossa responsabilidade.

Acho que o céu é aqui também. Descobri isso na primeira vez que ouvi um dos meus filhos darem uma gargalhada. Senti uma espécie de cosquinha no coração, sensação indescritível e incomparável. Ou quando você consegue ajudar alguém, e vê a sua expressão de alívio e gratidão. Às vezes a vida vale a pena por fazer, do nosso pequeno entorno, um mundo um pouco melhor. Sinto como se isso fosse o paraíso. Porque a felicidade é uma coisa tão boa que na verdade não importa se é sua ou não. Contemplar a felicidade do outro é uma coisa adorável. Existe um provérbio grego que diz: “Uma sociedade cresce bem quando velhos plantam árvores que vão criar sombras na qual eles nunca sentarão”.

Me lembrei de um livro que achei muito interessante, “Um Curso em Milagres”, de Helen Schucman. É um livro de autoestudo que propõe exercícios para ampliar sua forma ver o mundo, com o objetivo de alcançar um estado de paz interior e um sentimento de amor universal. Mas, baseada nos exercícios desse livro, te convido à seguinte reflexão: por alguns minutos, olhe todos os objetos e pessoas ao seu redor. Repare nos sentimentos ou julgamentos que acompanham cada um deles. Boa parte deles vem acompanhado do pensamento “bom, ruim, amo ou detesto”. Mas na verdade, o inferno e o céu que você vê nessas coisas, são frutos de experiências acumuladas durante a sua vida. Elas não são intrínsecas aos objetos. Se, olhando para um porta-retrato você sente o céu, é porque te traz lembranças boas. Se sente o inferno ao olhar para o aparador que você sempre chuta com a ponta do dedo mindinho, o inferno não está no aparador.

Então, depois de observar isso, podemos perceber que nosso julgamento é como um par de lentes que usamos para ver as coisas. O “bom” e o “mau”, estão impressos nessas lentes. Não em nós.

Se esse pensamento faz sentido para você, poderá começar a perceber que o inferno ou o céu, é uma questão de ponto de vista.
Para harmonizar com tema, escolhi uma receita deliciosa do meu irmão Marcel: chutney de maçã. Doce, salgado, ácido e suave, tudo ao mesmo tempo, como tudo nessa vida.

 
CHUTNEY DE MAÇÃ E GENGIBRE
 
INGREDIENTES:
 
- 5 maçãs picadas em cubinhos, sem as sementes (deixei a casca, mas você pode tirar)
-1 cebola roxa grande picada em cubinhos
- 1 dente de alho picado
- Suco de 2 limões
- 1 flor de anis inteira
- 1 pau de canela pequeno
- 2 colheres (sopa) de vinagre
- 2 colheres (sopa) de gengibre ralado
- 1 colher (sopa) de sementes de coentro
- 1 colher (sopa) de pimenta do reino em grãos
- 1 pimenta dedo de moça fatiada (retire as sementes)
- 1 pimentão vermelho picado em cubinhos
- 1/2 xícara de açúcar (usei cristal pra ficar mais claro, mas pode usar o açúcar mascavo também)
- Sal a gosto
 
PREPARO:
 
Leve todos os ingredientes para a panela em fogo médio, misture bem. Assim que começar a borbulhar, coloque no fogo baixo, tampe e deixe cozinhar até que todos os ingredientes tenham ficado tenros, mas sem desmanchar. Mexa de vez em quando para não grudar. Esse processo vai durar mais ou menos 30 minutos. Desligue o fogo, sirva imediatamente ou guarde em potes herméticos na geladeira. Duram uma semana fácil.

Ah, taí um bom presente de comer, coloque em um pote de vidro esterilizado e faça alegria dos amigos.




Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.



 
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