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27/06/2020 às 10h48min - Atualizada em 27/06/2020 às 10h48min

O poder da ancestralidade

ALICE GUSSONI
MARCEL GUSSONI / DIVULGAÇÃO
Comecei a fazer um curso que ensina a fazer sua árvore genealógica. Percebo que várias das coisas que me encantam, dizem respeito à ancestralidade. Ouvir histórias de avós e bisavós, vasculhar pelas raízes de onde viemos, descobrir receitas que atravessaram gerações.

Conhecer nossa história é conservar nosso patrimônio mais precioso. E quando começamos a conhecer a linha do tempo da nossa família, começamos também a descobrir quem realmente somos. Criamos conexões com diferentes personagens, reconhecemos padrões. Atitudes cíclicas ficam expostas. E principalmente, muitas vidas são homenageadas.

Cada passo que caminhamos nesse passado, desvenda um véu. Como eu nunca tinha percebido que tantos de nós amamos arte? Amamos cozinhar. Quantos de nós nos separamos? Quantas feridas e quanto amor! Uma viagem pra se percorrer com calma, colhendo rastros de um legado secular. Aprendo com suas conquistas e erros.

É impressionante como a comida costura nossas biografias. Quando perguntei para meu pai sobre sua família, uma das primeiras lembranças foi a avó que o chamava pra ajudar a fazer o nhoque. O contrário também acontece. Às vezes pergunto pra minha vó se ela prefere polvilho doce ou azedo, e acabo descobrindo quem era sua tia preferida, a rua onde ela morava, como era lavar roupa de 8 filhos antigamente.

Mesmo os personagens que não eram do seu sangue, mesmo os que foram adotados, aquela rede de pessoas foram os tijolos que construíram sua existência. E é tão lindo reverenciar tudo isso! Dar nomes, datas, profissões, os talentos de cada um. Dar valor, simplesmente. Tenho a sensação que, conforme vou desvencilhando as memórias, minhas raízes vão crescendo, minhas folhas ficam mais verdes.

Vejo as fotos antigas dos almoços de família. Os casamentos, batizados. Quanta vida! E pensar que até hoje, pequenas partes de todas essas pessoas estão em mim. E pensar que até hoje, como o mesmo nhoque que minha vó comia quando criança. Essa receita, um verdadeiro presente que ela deixa pra mim, foi um presente que ela ganhou de sua vó.

Da mesma forma, começo a perceber o que vou deixando escrito nessa história. Com meu próprio trajeto, minhas experiências. As manias engraçadas dos meus pais, hoje vejo em meus filhos. A forma de encerrar um assunto dizendo “agora vamos falar de coisa boa”. A forma de coçar a cabeça. As receitas de café da manhã, os almoços de domingo onde eu me transformo naquela pessoa que chama os filhos, e um dia chamarei os netos, para ajudar a cozinhar.

O que sou hoje é o resultado de experiências dos meus ancestrais. Aquela figura que um dia vai estar na árvore de alguém. Por sorte com alguma observação cheia de afeto, tipo “aquela que fazia um bolo delicioso”.
 
Bolo delicioso de coco com chocolate
 
INGREDIENTES:
 
Massa
 
- 3 ovos
- 200g açúcar
- 175g manteiga sem sal
- 175g farinha de trigo
- 1 colher (sopa) de fermento químico
 
Recheio
 
- 1/2 lata de leite condensado
- 1 gema
-1/2 xícara (chá) de coco ralado fresco
- 1/2 xícara (chá) de leite integral
- 1 colher sopa manteiga
- 1/2 xícara (café) de conhaque
 
Cobertura
 
- 1 xícara (chá) de chocolate amargo
- 1/2 lata de creme de leite sem o soro
- 1 xícara (chá) de coco em lascas finas
 
Preparo
 
Bata os ovos com o açúcar e a manteiga até formar um creme. Adicione a farinha e o fermento. Asse em forno pré-aquecido a 180° por 40 min. Espere esfriar.

Em uma panela, coloque todos os ingredientes do recheio, deixando o conhaque para o final. Mexa sempre até engrossar, misture o conhaque e desligue. Reserve.

Derreta o chocolate no microondas por 1 minuto ou em banho maria. Misture o creme de leite e reserve. Faça um corte horizontal no bolo, dividindo em duas partes. Coloque o recheio e cubra com a outra metade. Com uma espátula, cubra toda a parte externa do bolo com a mistura de chocolate e creme de leite e finalize com as lascas de coco.



Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


 
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