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13/05/2020 às 10h20min - Atualizada em 13/05/2020 às 10h20min

Era uma vez em... Hollywood

KELSON VENÂNCIO
Ao longo de trinta anos de carreira, Quentin Tarantino sempre nos presenteou com bons filmes com características peculiares desse ótimo diretor. Roteiros inteligentes e ousados, uso de violência gráfica e em muitos casos exagerada, diálogos ricos e boas surpresas na conclusão de seus filmes.

E em algumas das poucas produções que realizou, ele usou elementos que mostram uma cultura diferente como as artes marciais ou o velho oeste, por exemplo.

Em “Era Uma Vez em... Hollywood” ele traz mais características assim usando a Los Angeles no fim da década de sessenta misturando fatos históricos e verídicos com ficção. Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) é um ator de TV que, juntamente com seu dublê, está decidido a fazer o seu nome em Hollywood. Para tanto, ele conhece muitas pessoas influentes na indústria cinematográfica, o que os acaba levando aos assassinatos realizados por Charles Manson na época, entre eles o da atriz Sharon Tate (Margot Robbie), que na época estava grávida do diretor Roman Polanski (Rafal Zawierucha).

O roteiro do filme é interessante, porém nos conta histórias soltas que aguardamos com expectativa de que no terceiro ato tudo irá se amarrar e isso praticamente não acontece, o que me deixou um pouco frustrado. Temos personagens fortes, que estão sempre juntos, mas acompanhamos rumos diferentes para cada um deles. Com Rick Dalton observamos a trajetória da carreira de um astro de Hollywood sempre querendo continuar no auge da fama. O dublê Cliff Booth nos mostra outro lado, o dos bastidores (teoricamente). Porém, nesse caso acompanhamos o personagem na maioria das vezes dirigindo pelas ruas de Los Angeles como se isso servisse apenas para nos mostrar a cidade da época. E Sharon Tate aparece simplesmente dançando e em festas, sem pouca importância pra trama, o que nos deixa decepcionados.

O filme tem boa direção, excelente fotografia, trilha sonora, figurino e ótimas interpretações de Leonardo DiCaprio e Brad Pitt. Mas infelizmente não é tudo aquilo que a gente espera de uma produção de Tarantino.
 
SPOILERS:
Pra mim, resumo o longa em apenas quatro ótimos momentos: Cliff Booth Vs Bruce Lee, Sharon Tate assistindo ela no cinema (simples, mas legal), Rick Dalton interpretando nas séries e a cena final com o desfecho bem diferente do que aconteceu na vida real na morte da atriz pelos seguidores de Charles Manson. Aliás, apesar de inventado, o fim do filme é espetacular, com a marca de Tarantino.
 
Nota 7



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