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01/04/2020 às 09h00min - Atualizada em 01/04/2020 às 09h00min

Judy: Muito Além do Arco-Íris

KELSON VENÂNCIO
Como sempre digo, filmes que são baseados em histórias reais na maioria das vezes são bons. E quando se tratam de personalidades muito famosas que deixaram um legado na história da arte, costumam ser melhores ainda. E “Judy – Muito Além do Arco-Íris” é sem dúvida uma das melhores produções que assisti durante esta temporada de premiações em 2020.

O longa se passa em 1968. Com a carreira em baixa, Judy Garland (Renée Zellweger) aceita estrelar uma turnê em Londres, por mais que tal trabalho a mantenha afastada dos filhos menores. Ao chegar ela enfrenta a solidão e os conhecidos problemas com álcool e remédios, compensando o que deu errado em sua vida pessoal com a dedicação no palco.

O roteiro do longa se limita a nos mostrar basicamente esta parte final da carreira da talentosíssima Judy Garland que foi atriz, cantora e dançarina e se tornou uma das principais referências da indústria cinematográfica norte-americana. Mas é claro que, mesmo de forma mais superficial, a infância conturbada de Judy é revelada através de flashbacks nos mostrando o sucesso incrível e prematuro que teve desde que foi escolhida para ser a Dorothy Gale no clássico “O Mágico de Oz”.

Mas essa escolha foi um acerto, até porque se você pesquisar tudo sobre o que aconteceu depois desse filme vai perceber que a história dela daria pra fazer pelo menos uns três filmes ou até virar uma série com vários capítulos. E a premissa mostra com maestria a última e mais decadente fase de Judy. E essa história é baseada em pesquisas aprofundadas que foram feitas sem a participação dos três filhos de Garland que aparecem no filme, especialmente a excelente cantora e atriz Liza Minelli, que aparece uma única vez no longa. Liza não quis papo com a produção e se recusa a assistir o longa dizendo que Judy nunca falava desses problemas com os filhos.

O fato é que o filme é perfeito tecnicamente e nos traz uma atuação brilhante e arrasadora da atriz René Zellwegger. Pra quem não se lembra dela, é aquela loirinha que fez “Diário de Uma Paixão”. A atriz, que em 2004 ganhou o Oscar por “Cold Mountain” como melhor coadjuvante, arrebatou todos os prêmios de 2020 (21 no total) como melhor atriz. E só não ganha o Oscar se os membros da Academia estiverem loucos. Zellwegger brilha em tudo que faz nesse filme. Canta muito bem (sem dublagem) e encarna perfeitamente o temperamento forte de Judy Garland. Os trejeitos, as expressões faciais, o olhar triste, o jeito de falar, a maneira como mexe a boca quando fala, o modo como anda. São tantos detalhes tão perfeitos que só assistindo o filme pra comprovar.
Judy – Muito Além do Arco-Íris foi pra mim mais um injustiçado no Oscar já que em minha opinião é melhor que alguns que concorrem ao prêmio de Melhor Filme.

Nota 9


*Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.












 
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