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30/03/2020 às 11h00min - Atualizada em 30/03/2020 às 11h00min

Os julgamentos do ócio

ÉRICA MESQUITA
Foto: Arquivo Pessoal

Não sei para vocês, mas por aqui tenho tido muitas dificuldades de colocar as vivências e sentimentos em uma ordem que faça sentido. Um mix de sentimentos, até porque é a primeira vez que precisamos ficar confinados. Tentei analisar como um processo de conhecimento pessoal e de aprofundamento de maneira intensiva no relacionamento com meu marido.

Até mesmo a relação com a minha filha: você fica descobrindo fórmulas de entender e respeitar, até porque para uma adolescente de 13 anos, que completou ontem, ficar dentro de casa não é nada fácil. Nesses últimos dias, comecei a refletir sobre as questões do mundo, olhando o que está acontecendo na Itália, na Espanha, e caí no choro, pensando em quando isso vai ter um fim, quando poderemos estar de novo com familiares e amigos, fazer o que a gente ama, TRABALHAR.

Eu sou uma pessoa muito ativa, não consigo ficar parada. Acho que estamos renovando os valores, conceitos. No final, vai ser bem importante. O planeta está pedindo para você se colocar no lugar do outro. E é aí que vejo o pior do ser humano, colocar-se no lugar do outro.

Você já percebeu o quanto o confinamento traz à tona os julgadores? Na verdade, nunca vi tantos, gente que julga o outro por posts feitos nas redes sociais, gente que acha que o seu jeito de pensar e se posicionar é o certo, pessoas que julgam outras por tentar vender ou por ainda estarem abertos de alguma forma, pois dependem de seus negócios para sobreviver.

E sobre política? Quantos especialistas e doutores em política temos por aí? Talvez seja o momento para os seres humanos saudáveis, cuidarem da mente doente. Todos nós, alguma vez na vida, já caímos na terrível armadilha de julgar os outros. Mas, por que nos referimos dessa maneira a este fato tão comum?

Cada vez que emitimos um julgamento sobre alguém, criamos uma ou mais histórias que podem estar muito distantes da realidade, histórias que inventamos e, o pior, acreditamos nela. E as vezes até escrevemos, falamos e divulgamos. Sem perceber, você está pressupondo o que pode estar acontecendo na vida de outra pessoa. Você está caindo na armadilha de completar com informações que você não conhece uma história inventada por você. Você está errado e não está ciente disso.

Nós todos temos que colocar a mão na consciência, para enxergar melhor a realidade. A razão pela qual julgamos tão precipitadamente o outro tem a ver com o nosso próprio ego. Consciente ou inconscientemente, precisamos nos sentir melhores do que outros ou expressar nossa REJEIÇÃO diante de determinada atitude. Quando julgamos, estamos fechando a porta da EMPATIA.

Digo tudo isso, pois acredito fielmente que o melhor de todo esse momento de confinamento da Covid-19 é a oportunidade que temos de tratar as doenças da mente, mudar nossas colocações e, acima de tudo, entender que somos diferentes e essas diferenças precisam ser respeitadas.

Por aqui faz 8 dias que não paro de cozinhar e criar possibilidades dentro do meu lar. Tem mudanças de móveis de lugar, faxina e desapego que será tema do próximo texto. Mas o melhor de tudo é me descobrir cada vez mais especialista no sabor e na alquimia da mistura de ingredientes.
 
LAGARTO
 
Ingredientes
- 1 kg de lagarto
- 4 colheres de azeite
- 1 cebola grande picada
- 2 dentes de alho picados
- 1 pimentão vermelho cortado em tiras finas
- 1 pimentão amarelo cortado em tiras finas
- 1 talo de alho-poró cortado em rodelas
- 2 cenouras
- 2 rabanetes
- 2 limões
 
Modo de preparo
- Em uma panela de pressão, aqueça 2 colheres de azeite e sele a carne.
- Junte os temperos de sua preferência feche a panela e cozinhe durante 40 minutos após o início da pressão.
- Deixe sair totalmente a pressão, abra a panela tire a carne e desfie. No fundo dessa panela com os sucos e caramelizado dessa carne, coloque meia cerveja e reduza.  Quando estiver reduzido retorne a carne desfiada.
- Deixe a carne esfriar.
- Em uma tigela coloque a cebola em pétalas finas e regue com o caldo dos limões.

Junte os pimentões, o alho-poró, as cenouras e o rabanete cortado em Julienne, e tempere a seu gosto, misture a carne desfiada a esses legumes e tempere se necessário novamente com que achar melhor.
 
Essa carne fica perfeita para servir gelada com um excelente pão e um bom azeite. Esse pão é do pão de verdade e ficou perfeita essa harmonização com uma taça de vinho italiano rose.

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.














 

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