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27/11/2019 às 08h20min - Atualizada em 27/11/2019 às 08h20min

Meu Nome é Dolemite

KELSON VENÂNCIO
Foto: Divulgação

Aos 58 anos de idade, Eddie Murphy, que já esteve no auge da carreira com filmes como “Um Tira da Pesada”, “O Rapto do Menino Dourado”, “Um Príncipe em Nova York”, “48 Horas”, “Shrek” e “Dream Girls”, parece que estava com uma nuvem negra sobre a cabeça, numa decadência cinematográfica. Tanto que há três anos não víamos o ator em nenhum filme.

Mas em "Meu Nome é Dolemite", filme original da Netflix, ele definitivamente dá a volta por cima e faz de Rudy Ray Moore talvez o melhor papel de toda sua carreira. O longa conta a história verídica do pioneiro do gênero blaxploitation (produções feitas para o público negro). Moore ficou conhecido por seu humor sexualmente explícito, geralmente com rimas. A criação mais conhecida dele foi seu personagem Dolemite, um cafetão articulado e dono de boate, com habilidades no Kung Fu. Com o personagem, Rudy estrelou vários shows de stand-up, além de quatro filmes.

A história do filme é fantástica e mescla drama e comédiade uma forma intensa que agrada muito o espectador. A narrativa crescente é triste nos momentos de decepção do personagem na busca pela fama e divertida ao mesmo tempo, porque ele faz dessas situações decepcionantes combustível para dar a volta por cima de uma maneira bastante irreverente.

O filme se torna ainda melhor quando, depois de já fazer sucesso com a venda de discos e shows, Rudy se aventura em fazer filmes. É hilário ver o resultado dessa proeza. Assistimos um filme dentro de outro. E o melhor é saber que a produção, apesar de muito ridícula, é extremamente divertida, afinal como disse o próprio Rudy é um longa com uma diversidade de gêneros. Vai do drama a comédia, com negros interpretando os personagens e com muito "Kung Fu". Dá até vontade assistir o filme que realmente foi feito.

Por fim temos uma das melhores atuações de Eddie Murphy, se não a melhor. O ator que há muito tempo não mostrava o seu talento, acredito que por culpa dos roteiros fracos e direções incompetentes dos últimos filmes que fez, voltou a brilhar de forma espetacular neste longa. Sinto cheiro de indicações ao Oscar e não só para ele, mas para diversos outros quesitos exigidos e que o filme tem de sobra.

Nota 9

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.








 

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