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09/10/2019 às 10h11min - Atualizada em 09/10/2019 às 10h11min

'Coringa'

KELSON VENÂNCIO
Foto: Divulgação

Perturbante, assustador, reflexivo, um soco no estômago, uma obra de arte. Seria capaz de ficar escrevendo inúmeras características até o fim deste texto para "Coringa", mas pelos adjetivos acima já devem ter percebido que o filme é simplesmente perfeito.

Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) trabalha como palhaço para uma agência de talentos e, toda semana, precisa comparecer a uma agente social, devido aos seus conhecidos problemas mentais. Após ser demitido, Fleck reage mal à gozação de três homens em pleno metrô e os mata. Os assassinatos iniciam um movimento popular contra a elite de Gotham City, da qual Thomas Wayne (Brett Cullen) é seu maior representante.

A sinopse acima não consegue descrever a magnitude deste longa que tem pela primeira vez uma premissa muito diferente daquelas que estamos acostumados nos quadrinhos, desenhos animados e filmes sobre o maior vilão do Batman. O roteiro nos conta de uma forma muito pesada a origem do Coringa. Em ricos detalhes, nos são apresentados os motivos da incrível transformação de Arthur Fleck no "Joker", o maior criminoso de Gotham.

E a narrativa crescente é algo que nos choca a cada segundo de projeção, pois ao contrário de todos os outros filmes em que este personagem faz parte de tramas ligadas à ação e aventura, desta vez temos uma história bastante aprofundada no drama. E todo esse clima dramático e carregado não cansa o público que parece querer muito mais ao final do longa.

“Coringa” é perfeito em todos os aspectos, mas não é possível detalhar cada um deles nessa análise. Portanto, além do roteiro, o filme tem uma ótima direção de Todd Phillips que mostra nesse longa sua enorme capacidade de se dar bem na comédia (“Se beber não case”) e de trabalhar de forma brilhante agora com ângulos incríveis que mostram ao público a paranoia vivida pelo personagem.

Por ser um filme simples e barato, “Coringa” não possui quase nenhuma cena de efeitos especiais, mas em compensação tem uma belíssima fotografia no estilo "dark" de Gotham, uma trilha sonora marcante, ótima edição de imagem e som e principalmente a excelente atuação do protagonista.

Joaquim Phoenix faz deste talvez o melhor Coringa da história, não esquecendo o trabalho brilhante de Heath Ledger. Mas são papéis bem diferentes e talvez nem possamos comparar. Mas agora temos um show de interpretação nesta nova versão. Sem dúvida o melhor papel da vida deste ator que encarnou este icônico e tão complexo personagem de uma forma espetacular. E para quem pensou que ia ver o Batman neste filme, apesar das inúmeras referências, quem é o Homem Morcego mesmo depois deste Coringa?

Nota 10

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

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