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17/08/2019 às 14h00min - Atualizada em 17/08/2019 às 14h00min

Somos deficientes emocionais

ÉRIKA MESQUITA
Batata doce assada e recheada com queijo e cebola caramelizada | Foto: Marcel Gussoni

Os anos vão passando e com eles temos a nítida sensação de que as transformações emocionais, espirituais e fisiológicas são quase vistas a olho nu, assim como observar o desenvolvimento de uma planta. Começamos a perceber que nossas fortes características e nossa melhor essência podem também se transformar em dificultadores para nos relacionarmos com próximos e distantes.

Sempre tive insights muito fortes, aquela sensação de sexto sentido, quando você pensa em algo e logo adiante uma resposta, ou alguém, do nada, aparece com soluções ou algo para te mostrar nitidamente o que você não conseguia enxergar.

Dia desses, acordei não muito bem, e logo na primeira hora, na correria, me peguei em um surto de “ser eu mesma”, organizando a cozinha para o café da manhã, colocando a mesa para três, tirando o lixo, pensando no cliente que teria que atender, separando as roupas para lavar e criando mentalmente a próxima festa que teria que montar... de repente, vi que todos se levantaram da mesa, e tudo ficou ali, pratos sujos, copos e xícaras, o chá gelado que foi retirado da geladeira e deixado destampado no centro da mesa. Eu saí pela porta, engolindo tudo, com um saco de lixo na mão e a chave do carro na outra, deixei o lixo no lugar e fui levar o carro para lavar. Sorte a minha que é bem perto de casa e aproveitei para voltar a pé, respirando um ar puro. No caminho, com muitos pensamentos na mente, encontrei um ipê rosa, que rendeu fotos e um desabafo instagramável.

Logo após recebi de duas pessoas que admiro muito alguns dizeres, que me vieram como insights daqueles que mencionei no início do texto. Um se tornou o título desse texto e o outro dizia:

“Grande desafio para qualquer um..."
“Policiamento constante para mães de crianças com alguma deficiência."
“Linha tênue entre o que é necessário e o que sobra. A gente erra: às vezes exige demais, às vezes cede fácil ao “não consigo”. Uma vez é carrasco, noutra ajuda demais antes da hora e acaba atrapalhando. Ele tirando o kimono sozinho. É exercício para mim também. Paciência. Resistência. Desapego.”
“Eu não consigo “
“Você consegue”
“Não dá “
“Tenta assim”

Às vezes consegue, noutras não. O que vale é o processo de achar caminhos, de achar o jeito dele. De ir encontrando o que funciona e o que não. O que acaba me ensinando um bocado também.
Sobre não ajudar.
Sobre aprender a ser desnecessária.
Sobre ensinar que não sou tão necessária assim.
Sobre tornar um outro independente.
Às vezes eu consigo, noutras falho miseravelmente.
O que vale é o processo. 

Obrigada a vocês, Alice e Letícia, pela delicadeza, por enxergarem sem que ninguém mostre a vocês. Valeu cada palavra lida.
Na última semana pensei muito em minha avó, que me faz uma falta danada. Sempre cuidadosa, dedicada, conhecedora dos pequenos detalhes. Essa receita do blog Sabor Sonoro me fez mais uma vez, lembrar dela, que fazia as batatas assadas no forno a lenha. Espero que gostem.
 
RECEITA
Batata doce assada e recheada com queijo e cebola caramelizada 

Ingredientes
4 batatas doces de tamanho médio
3 espetinhos de queijo coalho picado em cubinhos
1 cebola roxa grande fatiada
1 colher (sopa) de vinagre balsâmico
1 colher (sopa) açúcar
Sal a gosto
Pimenta do reino a gosto
Azeite a gosto
Opcional: Mix de sementes (Girassol, gergelim, chia, etc…)
Salsinha fresca


Preparo
 
Cozinhe as batatas em água fervente até ficarem macias. Refogue a cebola fatiada em fogo baixo. Assim que começar a amolecer, acrescente o vinagre, açúcar, sal e a pimenta do reino. Se necessário, vá pingando um pouco de água para não queimar. Estará pronta quando ficar macia e com um pouco de caldo caramelizado.

Agora, é só fazer um corte nas batatas sem partir ao meio. Com uma colher pequena, pressione um pouco do interior para acrescentar uma camada da cebola caramelizada e depois um bocado do queijo coalho. Regue com um fio de azeite e leve ao forno preaquecido até que o queijo comece a dourar. Na hora de servir, finalize com uma pitada de mix de sementes e/ou salsinha fresca.
Se testar por aí, me conta, tá?

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

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