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14/07/2019 às 18h00min - Atualizada em 14/07/2019 às 18h00min

O Pastor e o herege

JOÃO BOSCO

No sinaleiro, pareamos. Eu e o preconcebido assaltante que recolheu num sinaleiro a minha carteira e chaves que continuavam no para-choque do meu carro, mesmo após eu ter cortado metade da cidade com eles ali, soltos. Iniciei uma conversa bem informal: “Cara, você merece um prêmio?” Pintou-me essas coisas de redes sociais, tipo um vídeo, a enaltecer a moral, a ética, etc. Respondeu-me: “Que nada! Não se preocupe! Isso é coisa de Deus!” Deu-me um cartão de visitas. Era um Pastor evangélico. De volta para casa, matutava. Por que não caíram? Para o Pastor, ação de Deus. Eu, mais “à-toa” do que ateu, apostava na dinâmica. Na Rondon, nas proximidades do Shopping, caía uma chuvinha fina que eu apreciava através da janela aberta do carro. De súbito, um carro em alta velocidade produziu uma saraivada de água a alcançar a minha cara e a escorrer-me pescoço abaixo. Sério! Eu ri. Ri ao me lembrar do Pastor. Se ele estivesse ali emparelhado comigo, eu diria: “Caso fortuito”. Ele diria: “Toma jeito, herege!”

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

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