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13/07/2019 às 14h00min - Atualizada em 13/07/2019 às 14h00min

Geladeira Solidária

ALICE GUSSONI
Foto: Alice Gussoni

Laudelina Theodoro é uma mulher de olhos e coração bondosos que conheci na casa do meu pai. Uma daquelas raras pessoas cuja generosidade é mais abrangente que nosso olhar pode acompanhar. Um dia, recebeu um vídeo sobre o projeto Geladeira Solidária em Goiânia, ideia que a tocou profundamente.

Logo arregaçou as mangas, conquistou o apoio de amigos, patrocinadores e parceiros, um total de 25 pessoas. Um doou a geladeira, outro, uma marquise em um endereço seguro para coloca-la, outros doaram arte e colagem do adesivo. Logo mais pessoas se juntaram colaborando com dinheiro e seu precioso tempo.

A abertura oficial foi no dia 25 de abril de 2019. Claro, algumas pessoas não só negaram ajuda como foram rudes e descrentes com o projeto, mas a quantidade de pessoas querendo colaborar foi muito maior. Hoje, somam 50 pessoas, uma família que não para de crescer. Todos os dias, alguém limpa a geladeira, outros voluntários a deixam recheada de jantinhas, pães, bolos, águas, sucos e muito amor. O comércio local abraçou a ideia e também ajuda na manutenção do saboroso recheio da geladeira, abastecendo-a com mais marmitas e lanches. O objetivo desse grupo é fornecer comida para moradores de rua, catadores de lixo, ou qualquer pessoa faminta, sem condições financeiras, que estiver passando por lá.

Tendo sempre a oportunidade de conversar com os visitantes da Geladeira, ela pode ouvir relatos extremamente duros sobre os motivos que normalmente levam pessoas a deixarem seu trabalho, família e o conforto de um lar quentinho para ir morar na rua. Laudelina também oferece suas palavras incentivadoras e reconfortantes. Através delas algumas dessas pessoas conseguiram, mesmo que por pouco tempo, voltar a trabalhar e arrumar um lugar para morar. “Posso até dormir no chão, mas agora dentro da minha casa” disse um dos visitantes.

No grupo do WhatsApp, Laudelina sempre nos presenteia com histórias muito tocantes, que demonstram que muito mais que matar a fome, o projeto alimenta a alma das pessoas dessa rede, seja a de quem ajuda, seja a de quem é ajudado. Acredito que os benefícios deste projeto se estendam igualmente aos voluntários. Ao colocar em prática o ato de ajudar, exercitamos nossa compaixão, fortalecemos os músculos flácidos do nosso altruísmo, prática tão pouco em moda na nossa sociedade atual. Na nossa correria cotidiana, abraçados por nossa zona de conforto, doar nosso tempo para o benefício de outros seres é mérito de minorias corajosas. Caso você queria se aventurar nessa linda estrada, entre em contato pelo telefone ou WhatsApp (34) 99924541. Procure também por @geladeirasolidariaudia no Instagram. A Geladeira Solidária se encontra na Av. Comendador Alexandrio Garcia, 1645, no Bairro Marta Helena. Seu sucesso é tamanho que está ganhando uma irmã, A Biblioteca Solidária, que pretende matar a fome de cultura, compartilhando livros. Vida longa e próspera para esses lindos projetos! 

Para celebrar o privilégio de ter comidas que nos aquecem nesse friozinho, compartilho hoje a receita de um delicioso caldo.
 
Caldo de abóbora, curry e leite de coco
 
Ingredientes
- 1 abóbora
- 1 cebola
- 2 dentes de alho
- 1 colher de sopa rasa de curry
- 300ml de leite de coco (deixe 100ml para servir)
- sal a gosto
- azeite
- Granola salgada ou queijo ralado e ervas frescas para servir
 
Preparo
Cozinhe a abóbora na água salgada, quando estiver macia, retire a casca. Doure o alho e a cebola no azeite, acrescente a abóbora. Bata no liquidificador com água e leite de coco, volte para panela para acrescentar os temperos. O curry é picante e muda de intensidade conforme a marca. Portanto, coloque aos poucos, acertando também o sal, experimentando até que fique do seu gosto. Sirva o caldo em tigelas, regando com um fio de leite de coco a granola e as ervas frescas.

*O conteúdo desta coluna é de responsablidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

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