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05/06/2019 às 10h26min - Atualizada em 05/06/2019 às 10h26min

'Rocketman'

KELSON VENÂNCIO
(David Appleby/Paramount Pictures)
Em 2018, quando finalmente chegou aos cinemas cinebiografia de Freddie Mercury e a banda Queen, fiquei encantado com a ótima produção que fizeram com uma das melhores bandas de todos os tempos. É claro que o longa não é perfeito, mas é um bom filme. Agora, em 2019, somos agraciados com mais um filme sobre outro ícone da música pop mundial.

Como a maioria das produções desse estilo, “Rocketman” conta a trajetória do cantor desde a sua infância até a vida adulta, quando conquistou o sucesso após uma vida bastante conturbada. Aliás esse tipo de narrativa é comum nesse tipo de produção e parecida com diversos outros tipos de filmes biográficos, já que a maioria das celebridades tem praticamente a mesma trajetória: dificuldade de fazer sucesso, sucesso, drogas, sexo e rock`n`roll e por fim vem a redenção ou a morte.

Mesmo assim, uma premissa como esta deve ser bem contada e adaptada para as telonas. Caso contrário se torna um documentário. E em “Rocketman” o roteiro funciona muito bem e consegue prender a atenção do público do início ao fim. A trama é instigante já que nos conta a vida de um cantor ainda vivo e que muitas pessoas ainda não sabem que teve um passado complicado, antes e depois da fama, já que Elton John hoje é um artista bem mais contido e diferente daquele que vemos no longa.

A direção de Dexter Fletcher, que também participou da montagem de “Bohemian Rhapsody”, é incrível! Ele consegue transpor o público para dentro da história emocionante de Elton John contada em algumas partes como um musical (sem ser chato e cansativo) e em outras como um longa tradicional, com uma narrativa crescente e envolvente. O figurino é de encher os olhos reproduzindo o passado glamouroso do cantor que queria causar sendo diferente até mesmo na forma de se vestir. A fotografia também é belíssima. E a trilha sonora é fascinante já que é composta por canções do grande Elton John com letras conhecidas e que ajudam a contar a história do cantor.

Por fim temos um elenco de peso que faz um trabalho excepcional. Jamie Bell como o melhor amigo de Elton é o personagem que gostamos do início ao fim, que ajuda a balancear a história pesada do cantor. Richard Madden, que aparece bem diferente do Rob Stark de “Game of Thrones”, nos brinda com uma ótima atuação daquele que ao mesmo tempo é a parte responsável da carreira de Elton, mas que também é o aproveitador do sucesso dele. Bryce Dallas Howard está ótima como a mãe do artista e além de atuar muito bem está fisicamente diferente do que estamos acostumados a vê-la.

Mas é de Taron Egerton o maior mérito do filme já que o ator com uma carreira relativamente nova dá um show de interpretação e talento não só encarnando profundamente o protagonista do longa, mas também cantando brilhantemente as canções de Elton John. O britânico que já fez filmes famosos como “Kingsman”, “A Private War” e “Robin Hood”, faz deste papel o melhor dele até agora. E como eu previa a indicação de Rami Malek ao Oscar de melhor ator pelo papel de Freddie Mercury, venho aqui nesta crítica declarar que acredito muito que Egerton também deve ser indicado na mesma categoria ano que vem e quem sabe até ganhar como aconteceu com Malek. Se isso acontecer, será merecido!
 
Nota 9



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