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08/05/2019 às 08h45min - Atualizada em 08/05/2019 às 08h45min

'Sai de Baixo - O filme'

KELSON VENÂNCIO
(Mariana Vianna/Divulgação)
Em março de 1996 estreava na Globo um dos melhores programas já feitos na TV brasileira. O “Sai de Baixo” era tão bom que ficou no ar durante sete anos. E apesar de algumas mudanças que o sitcom teve ao longo das sete temporadas, especialmente com relação ao elenco, a qualidade do programa era tão boa que se tornou inesquecível. Em 2013, em comemoração ao aniversário do Canal Viva gravaram quatro episódios com parte do elenco original e de novo estávamos vidrados com as histórias contadas em forma de teatro ao vivo. Agora, em 2019 resolveram estragar toda essa trajetória de muito sucesso com um péssimo filme.

O longa, que acredito que foi feito nas coxas e apenas para tentar render alguns bons trocados, gira em torno de um golpe que Caco Antibes planeja dar ao sair da prisão. Acompanhamos primeiramente os personagens no apartamento do porteiro Ribamar e não no de Vavá, como era no passado, em diálogos não muito aprofundados. E depois, na segunda metade da projeção, vemos a "turma" em um ônibus da VaváTur tentando atravessar a fronteira do Brasil com joias caríssimas, sem que a polícia fique sabendo.

Sim, você leu isso mesmo. Essa é a trama absurda de “Sai de baixo – O filme”. A premissa por si só já é bastante ridícula. Mas para nossa frustração, o desenvolvimento dela fica pior. O roteiro é tão bobo que eu, que raramente tenho sono durante um filme, dormi várias vezes, principalmente no fim do longa. Tive de voltar o filme, mesmo contra a minha vontade, apenas pela obrigação de depois ter de fazer essa crítica, já que se não fosse por isso teria desistido.

Os produtores não conseguiram sequer reunir o elenco original neste longa. Temos apenas Ribamar, Magda e Caco Antibes ao longo de toda a produção. Cassandra aparece em algumas cenas e o Vavá só nos minutos finais. Para compensar, arrumaram outros novos personagens que não possuem nenhuma química com os que estamos acostumados a ver. A única que tenta fazer alguma coisa boa é a Cacau Protásio numa espécie de substituta da gloriosa Cláudia Jimenez.

O filme tem algumas piadas isoladas que vez ou outra até funcionam e nos fazem rir. Especialmente quando esses momentos cômicos vêm dos personagens originais, relembrando a nostalgia do antigo programa. No fim eles ainda colocam o público aplaudindo os atores que estão em um palco, como se tudo aquilo que assistimos tivesse acontecido em um teatro, do jeito que era nos velhos tempos. Podiam ter realmente feito dessa forma desde os minutos iniciais que o resultado com certeza seria melhor.

Mancharam a excelente memória nostálgica que eu (e milhares de fãs) tinham de “Sai de Baixo”.


Nota 2
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