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06/03/2019 às 08h40min - Atualizada em 06/03/2019 às 08h40min

'Hereditário'

KELSON VENÂNCIO
Foto: Divulgação
Depois de assistir diversos trailers e perceber muitas pessoas dizendo que este era um dos melhores filmes de terror, é claro que eu conferi. Ainda mais estrelado por uma atriz que gosto muito, a ótima Toni Collete. E infelizmente, confesso que me decepcionei um pouco com o que vi. Não que o filme seja ruim, mas não é tudo aquilo que falaram.

A premissa do longa é interessante, mas na primeira meia hora, como não acontece praticamente nada pra quem espera ver um bom filme de terror, a narrativa fica arrastada e cansativa. A partir do momento em que um fato trágico marca a família o filme engata de uma forma brilhante ao ponto do público achar que daquele momento em diante as coisas vão mudar e muitos sustos e surpresas virão no decorrer da projeção. Mas o roteiro oscila bastante entre altos e baixos e, no fim, a gente sempre fica esperando mais do que nos foi prometido.

É que como a campanha de marketing de "Hereditário" nos "vendeu" uma produção de terror, a gente sempre pensa que vai morrer de medo na sala de cinema (ou em casa). E em boa parte do longa temos mais um drama do que propriamente um filme de terror ou suspense. É claro que estes três gêneros se misturam, mas acredito que talvez essa tenha sido a principal falha de Ari Aster, o diretor e roteirista do longa. Durante um bom tempo a impressão que temos é que nem mesmo ele sabe onde quer chegar com a história que está nos contando.

Obviamente, no terceiro e último ato acontece uma reviravolta perturbante que nos deixa assustados com o caminho escolhido por Aster. Mas ao fim da projeção fica aquela pergunta no ar: "será que eu gostei disso ou detestei?"

Mas é claro que "Hereditário" tem muitas características boas. A trilha sonora é forte e marcante. Em alguns casos é tão marcante que aparece até em momentos que não acontece nada na tela. A direção também é muito eficaz e a fotografia também ajuda bastante a criar um clima perturbador. Mas o que mais agrada mesmo nesta produção são as interpretações de todo o elenco. Todos os atores estão muito bem, desde os principais até os coadjuvantes. Em especial o jovem Alex Wolff que faz de Peter Grahan um filho totalmente ignorado, excluído e traumatizado. As interpretações dele, especialmente as faciais, são dignas de atuações de veteranos do cinema. E por fim claro, a Toni Colette arrasa no talento que possui de sobra e nos mostra que é capaz de nos dar uma atuação digna de Oscar em um filme de "terror". Sem dúvida poderia ter sido indicada a melhor atriz por este filme.

Nota 6
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