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20/02/2019 às 09h36min - Atualizada em 20/02/2019 às 09h36min

'A favorita'

KELSON VENÂNCIO
Foto: Divulgação
Dos filmes que estão concorrendo ao Oscar 2019, “A Favorita” é um dos melhores que assisti. A produção dirigida pelo cineasta grego Yórgus Lánthimos mereceu as dez indicações que recebeu,entre elas a de melhor filme, direção, roteiro, atriz e atriz coadjuvante. É um filme de época que tem características de um drama e a leveza de uma boa comédia.

Na Inglaterra do século 18, Sarah Churchill, a Duquesa de Marlborough (Rachel Weisz) exerce sua influência na corte como confidente, conselheira e amante secreta da Rainha Ana (Olivia Colman). Seu posto privilegiado, no entanto, é ameaçado pela chegada de Abigail (Emma Stone), nova criada que logo se torna a queridinha da majestade e agarra com unhas e dentes a oportunidade única.

A trama é baseada na história real da rainha Ana da Grã-Bretanha que que reinou de 1702 a 1707. O roteiro, apesar de contar uma história verídica, é escrito de uma forma magistral a ponto de encantar o público que, especialmente nos primeiros minutos de projeção, se assusta com o jeito maluco da majestade. A narrativa gira em torno das mulheres que formam esse triângulo amoroso. Trazem elementos tristes misturados a momentos engraçados. Isso deixa a premissa interessante e em nenhum momento o longa, com pouco mais de duas horas de duração, se torna cansativo.

A direção de Yórgus Lánthimos é brilhante e diferente também. Usando muito o recurso conhecido com “olho de peixe” para captar diversas cenas, o cineasta faz de “A Favorita” talvez o melhor filme de sua carreira. É claro que não podemos deixar de lado outras duas grandes obras desse diretor que são “O Lagosta” e “O sacrifício do Cervo Sagrado”, ótimos filmes. Mas “A Favorita” se tornou o meu preferido até aqui.

O filme tem também uma belíssima fotografia, um figurino impecável, uma boa cenografia e uma trilha sonora bem forte e marcante. E o que mais me agradou foram a interpretações das três atrizes que sustentam essa história bem maluca. Elas estão simplesmente fantásticas. Rachel Weisz faz deste o melhor papel de sua carreira em minha modesta opinião. Ela faz de Sarah Churchill uma personagem extremamente forte, controladora, decidida, corajosa no primeiro ato do longa e passa a ser uma mulher totalmente frágil no fim do filme, ao perder espaço para sua concorrente interpretada por Emma Stone. E aqui temos outra brilhante atuação da atriz que já fez diversos tipos de filmes, desde os mais profundos como “Histórias Cruzadas” e “La La Land” até os papéis mais superficiais como em “O Espetacular Homem-Aranha” e “Zumbilândia”. O fato é que seja o personagem que for, Emma Stone sempre arrebenta.

E por fim o grande destaque é de Olivia Colman que simplesmente rouba a cena em todas as suas aparições como a rainha Ana. Ela está muito bem no papel de uma poderosa monarca que é totalmente indecisa, inocente, manipulável, depressiva, carente, doente, maluca e de certa forma até mesmo “burrinha”. Em muitas situações lhe falta inteligência pra tomar atitudes básicas que toda rainha faria facilmente. Colman mereceu ser indicada à categoria de melhor atriz por este papel. Só pra ver a atuação dela já vale e assistir esse filme!
 
Nota 9
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