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29/08/2018 às 08h49min - Atualizada em 29/08/2018 às 08h49min

'Vidas à deriva'

KELSON VENÂNCIO | COLUNISTA
Foto: Divulgação
Quando perguntaram para James Cameron porque ele colocou uma história de amor fictícia dentro da história verídica do Titanic o diretor sabiamente respondeu que se não fosse isso o público nunca seria transportado para a situação vivida pelos tripulantes do navio que perderam suas vidas nas águas geladas do Oceano Atlântico. Com o romance de Jack e Rose, que é o primeiro foco de praticamente a metade da projeção o espectador cria uma grande identidade com os dois e acaba sentindo tudo o que eles “sentiram” na segunda metade da projeção, quando o navio bate em um iceberg. Sem isso, “Titanic” seria apenas mais um longo documentário.

“Vidas à deriva”, de Baltasar Kormákur, é um filme que também é baseado na história real de Tami Oldham (Shailene Woddlen) que, após desmaiar durante a passagem do maior furacão da história do Oceano Pacífico, acorda somente para encontrar seu noivo Richard Sharp (Sam Clafin) machucado, seu barco em ruínas e sem meios de se comunicar ou navegar.

Diferentemente da obra-prima que é Titanic, mesmo diante da questão orçamentária que nem podemos comparar, este novo longa comete inúmeros erros que poderiam ter deixado o filme melhor se seguissem pelo menos a mesma linha adotada por Cameron. Para começar a cronologia de “Vidas à deriva” não funciona muito bem já que começam a contar a história depois do momento do naufrágio e através de flashbacks vão introduzindo aos poucos o que aconteceu antes da tempestade.

É nesses instantes que o público começa a conhecer a história dos dois personagens e o relacionamento deles que diga-se de passagem não possui nenhum tipo de química, ao contrário do que aconteceu com Jack e Rose (usando a mesma comparação com “Titanic”). Acredito que seja porque o relacionamento deles, mostrado em pequenas partes, não se aprofunda em nenhum momento. Os diálogos entre o casal são vazios e temos a impressão de que foram colocados ali para “encher linguiça” e preencher o tempo do filme.

Quando finalmente é mostrada a tão aguardada tempestade que deveria ser o momento mais alto do longa, é mais uma decepção. Revelaram pouca coisa e usam efeitos especiais de segunda linha.
No terceiro e último ato do filme as coisas melhoram um pouco e no final temos uma boa surpresa que chega a compensar os longos minutos que gastamos anteriormente para chegar até a conclusão de “Vidas à deriva”.

NOTA 5
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