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09/01/2018 às 17h26min - Atualizada em 09/01/2018 às 17h26min

'47 metros para baixo'

KELSON VENANCIO | COLUNISTA
Foto: Divulgação

No cinema sempre foi muito comum fazer filmes sobre tubarões. E isso é perfeitamente aceitável, já que o chamado "rei dos mares" sempre esteve no psicológico da maioria das pessoas no sentido de meter medo em qualquer um. E ao longo dos anos, usar este animal como vilão em roteiros de filmes é algo que atrai muitos fãs de um bom suspense. O problema é que mesmo sendo ele um bom personagem das produções deste gênero, a maioria das vezes estes longas não dão muito certo. Uns por causa das narrativas superficiais, outros por causa do exagero nos efeitos especiais e muitos por que os atores ou diretores não são bons.

Os que mais gostei nesse estilo são o clássico de Steven Spielberg, “Tubarão”, que até hoje permanece como um dos melhores filmes americanos de todos os tempos, sendo um marco absoluto para o gênero do suspense e imbatível quando o assunto é retratar a caçada e ataques de tubarão. E o outro que adorei é “Mar aberto”, que é provavelmente o mais tenso deles. O filme se baseia na desesperadora situação real de um casal que é esquecido por sua equipe de mergulho e encontra-se à deriva em pleno alto mar, servindo de iscas fáceis para mortais tubarões que circulam o local. Traz excelentes performances e um grau de realismo palpável que deixa o espectador na beira da poltrona.

No último ano foram lançados mais alguns longas e dois deles se destacaram. O primeiro é “Águas rasas” que traz uma trama bem simples mas eficaz e uma ótima atuação de Blake Lively e uma boa direção de Jaume Collet-Serra. O filme também tem um dos melhores tubarões criados por computador já registrados no cinema. Peca apenas no fim com o exagero justamente dos efeitos e da situação final.

E por fim, o mais recente deles, “47 metros para baixo” (foto). Com certeza é um dos filmes que mais nos metem medo principalmente pela situação bastante real, que pode ser vivida por qualquer um que esteja de férias num lugar paradisíaco e queira se aventurar num mergulho em gaiolas para ver estes predadores. O filme tem todos os bons elementos para atrair a atenção do público e nos coloca o tempo todo na situação vivida pelas duas irmãs interpretadas por Mandy Moore (do icônico “Um amor para recordar”) e Claire Holt (da série “The Originals”) que trabalham muito bem. A direção de Johannes Roberts é muito boa. Ele consegue nos transportar para o fundo do mar com os ângulos de filmagem que nos deixam tensos o tempo todo.

E o melhor de tudo, é que os tubarões brancos são meros coadjuvantes na trama e até aparecem pouco na tela. O filme é bom porque nos coloca exatamente na pele das duas mulheres que estão naquela situação. Nos deixa com medo não só dos predadores que as ameaçam o tempo todo, mas do resgate que não sabemos se virá, do ar que está acabando nos cilindros, da profundidade que estão que pode causar a doença da descompressão caso subam rápido e outros diversos fatores.

Infelizmente o final não agrada tanto derrubando praticamente todos esses bons momentos vividos pelo espectador anteriormente. Sinceramente, em minha opinião, é melhor terminar com um fim trágico mas mantendo a realidade do que tentar aquele final feliz bem clichê que todos estamos acostumados.

Nota 7
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