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05/12/2017 às 16h09min - Atualizada em 05/12/2017 às 16h09min

'Águas rasas'

KELSON VENANCIO | COLUNISTA
Foto: Divulgação

 

“Águas rasas” conta a história da jovem Nancy (Blake Lively) que vai até uma praia deserta na Tailândia surfar para esquecer dos problemas, especialmente da recente morte da mãe. No decorrer da história, descobrimos que o cenário tem uma grande importância para a família da garota, e que ela própria está passando por um momento conturbado da vida, o que a leva até o local em busca de um pouco de paz.

E a princípio tudo leva a crer que aquele paraíso natural é sem dúvida o melhor lugar para quem quer sossego, descanso e principalmente se isolar do mundo para ter alguns momentos de reflexão. Logo depois de passar por uma mata fechada nos primeiros minutos de projeção, a médica surfista chega naquele lugar paradisíaco que nos proporciona imagens belíssimas. O filme tem uma fotografia natural de encher os olhos. O problema é que é também neste cenário que a personagem irá passar os dias mais terríveis da vida dela.

Após valorizar bastante o local onde as coisas vão acontecer e explicar através de uma conversa com a família, via smartphone, os motivos dessa "fuga" da garota (sim, a praia é deserta, mas tem sinal de internet), somos apresentados ao vilão da história. Um tubarão branco enorme ataca a garota que ferida é obrigada a ficar em uma pequena pedra com corais no meio da água rodeada pelo bicho.

A partir desse ataque, o clima do filme fica bastante tenso e envolvente. Como a jovem irá se safar dessa já que não tem ninguém ali para ajudá-la? Essa pergunta é um bom aperitivo para queremos assistir tudo atenciosamente e descobrir o que vai acontecer ao final da projeção. Surgem algumas variáveis no meio da história para não deixar esses momentos esfriarem. Um bêbado na praia que ao invés de ajudar a garota, rouba as coisas dela e ainda entra na água para pegar a prancha também. O resultado disso você pode imaginar. Outros dois surfistas também aparecem no dia seguinte e mesmo com os avisos da garota, eles insistem em entrar na água. Pobres coitados!

Estes "aperitivos" acrescentados na história melhoram a narrativa, mas os problemas do filme também surgem com eles. Eu estou falando dos efeitos especiais. O bêbado saindo da água e se arrastando pelas metades na praia é bem mal feito. Aliás nem mostraram o ataque sofrido por ele. Preferiram mostrar a reação da garota assistindo a cena. Algo parecido acontece com os surfistas. Um deles parece ter sido engolido inteiro após um belo salto acrobático do animal gerado por computador. Mas este mesmo surfista vai aparecer na praia lá no fim morto, mas sem muitos ferimentos.

Sem ajuda de ninguém a garota começa a observar o tempo que o tubarão gasta pra ir até uma baleia morta e voltar pra perto dela. Com isso aposta uma corrida aquática com o bicho para alcançar uma plataforma que boia na água na tentativa de se livrar da maré alta.

E é justamente no fim que as coisas despencam. O tubarão fica extremamente determinado a derrubar a garota da plataforma e por incrível que pareça ele consegue estraçalhar as barras de ferro dessa plataforma com mordidas, rabadas, pulos, etc. Tudo de forma bastante digital o que acaba perdendo a graça. Sem contar o "gran finale" que deu inveja a muitos toureiros que assistiram ao filme.

Nota 5

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