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28/11/2017 às 16h41min - Atualizada em 28/11/2017 às 16h41min

'Amizade Desfeita'

KELSON VENANCIO | COLUNISTA
Foto: Divulgação

 

“Amizade desfeita” é um filme de terror adolescente diferente de tudo que já assistimos do gênero. Para começar não há um monstro ou um serial Killer atacando os personagens da produção num lugar trivial e típico dos filmes de terror como numa casa abandonada ou num pântano escondido no meio da mata. O filme inteiro, que é relativamente pequeno, com apenas uma hora e vinte minutos, se passa todo na tela de um computador.

Quando um vídeo constrangedor de Laura Barns (Heather Sossaman) cai na internet a menina tira a própria vida no pátio da escola. Um ano depois, um grupo de seis amigos (Courtney Halverson, Shelley Hennig, Renee Olstead, William Peltz, Moses Jacob Storm e Jacob Wysocki) conversam via Skype e percebem que há uma sétima pessoa desconhecida na videoconferência, que revela ser sua ex-colega de classe, Laura, exigindo saber quem postou o vídeo que a levou à morte. Eles pensam que é uma brincadeira mas logo descobrem que há algo estranho, já que a menina começa a revelar segredos dos amigos e os ameaça de morte.

A trama é no mínimo interessante e pelo menos na primeira metade da projeção nos prende bastante já que ficamos com vontade saber quem realmente está fazendo todas aquelas coisas ameaçadoras com os seis garotos. A dúvida se é um hacker ou se realmente é o espírito da própria Laura Barns é instigante e nos leva a ter vontade de assistir o filme até o fim.

Duvidando se esta pessoa desconhecida pode realmente cumprir as ameaças os adolescentes vão sendo forçados a revelar todos os segredos que têm e por isso acabam morrendo, um por um, ao longo do filme. O problema é que estas mortes não são tão assustadoras e são mostradas apenas em flashs através da janela do Skype. A tensão criada desde o início do filme acaba não sendo suficiente para satisfazer o espectador durante as consequências das mentiras contadas pelo grupo de amigos.

Talvez se o diretor Levan Gabriadze tivesse gastado mais tempo trabalhando a relação entre os amigos e suas mentiras e depois nos dado mais desses momentos de medo finalizando com os assassinatos o filme teria ficado melhor já que tem uma ótima premissa.

Mas não podemos negar que a ideia é ousada e nos traz um tema bem atual. Até que ponto o que fazemos na internet está a salvo? Temos realmente privacidade quando confiamos os nossos segredos a alguém através das redes sociais? Quais as consequências que podemos ter compartilhando, curtindo e comentando posts preconceituosos? Na vida real pode até não ter uma Laura Barns para nos assustar, mas outros tipos de consequência são perfeitamente possíveis caso não tivermos cuidado.

Nota 6

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