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10/01/2023 às 09h25min - Atualizada em 10/01/2023 às 09h25min

Verdão terá assembleia para votação da SAF neste mês

Conselho Deliberativo publicou edital de convocação para o dia 19 de janeiro

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Possibilidade de implementar Sociedade Anônima do Futebol é debatida desde julho do ano passado | Foto: Reprodução/UEC
O Conselho Deliberativo do Uberlândia Esporte Clube (UEC) confirmou a realização de uma assembleia geral extraordinária para o dia 19 de janeiro. O encontro vai tratar da reforma do Estatuto Social do clube, além de avançar nas tratativas para a implementação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), que será votada pelos sócios.

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A assembleia acontecerá às 19h no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na avenida Rondon Pacheco. A possibilidade da existência da SAF no Verdão é debatida desde julho de 2022, quando aconteceu uma reunião entre membros da diretoria, conselheiros do clube e os responsáveis pela formulação do projeto original da iniciativa no país. 

Na época, o presidente do UEC, Rênio Carlos Garcia, afirmou que a primeira reunião teve como objetivo principal o esclarecimento de dúvidas sobre a implementação da SAF na instituição, com panoramas sobre o mercado e quais seriam os impactos da adesão ou não do projeto no Uberlândia Esporte.

Conforme consta no edital de convocação, a adequação do Estatuto Social do clube seria necessária para poder implementar a SAF. “O próximo passo é levar em votação para os associados decidirem ou não. A minha parte enquanto executivo do clube estou fazendo, agora cabe a assembleia decidir qual caminho eles querem para a instituição”, explicou na ocasião.

POTENCIAL
O advogado Tiago Gomes havia participado da primeira reunião, juntamente com José Francisco Manssur, um dos responsáveis pela formulação do projeto da SAF no Brasil. Ele visitou as instalações do clube e elogiou a infraestrutura desportiva do clube e da cidade como um todo.

“Uberlândia tem uma força inacreditável, é uma potência do esporte. O Praia Clube já é consolidado no cenário esportivo nacional em várias modalidades e tem um projeto municipal da Futel que tem mais de 21 mil crianças matriculadas, isso deveria ser motivo de um orgulho imenso”, disse.

Gomes esteve também no CT Ninho do Periquito e no Estádio Parque do Sabiá, e afirmou que os vestiários são de primeiro mundo e que o centro de treinamento é qualificado. Caso seja implementado, o futebol do Uberlândia Esporte pode ser beneficiado de algo que já é utilizado em outros setores da economia, com governança e organização institucional.

Especialista em Direito Societário, Gomes afirma que o Verdão está pronto para receber potenciais investidores pela estrutura apresentada tanto no CT Ninho do Periquito quanto no Estádio Parque do Sabiá. “Os vestiários são de primeiríssimo mundo e o CT é muito qualificado”, comenta. Apesar disso, o caminho para a implementação da SAF ainda é longo.

“Futebol é um negócio caro que exige investimento, tendo investimento é possível que clubes se reestruturem e voltem ao lugar de onde nunca deveriam ter saído, como é o caso do Cruzeiro, do Vasco, do Botafogo e do próprio Uberlândia”, disse.

SAF
A Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) entrou em vigor no Brasil em agosto de 2021. O projeto permite que os clubes de futebol se transformem em empresas S.A. A implementação da SAF tem ganhado repercussão no país após times tradicionais aderirem à ideia, tais como o Vasco da Gama, o Botafogo e o Cruzeiro, que hoje é comandado pelo ex-jogador Ronaldo Fenômeno.

Com o projeto, clubes de futebol vão poder passar não apenas a ter lucros, mas também a receber recursos de investidores, vender ações e, em caso de endividamento, vão poder acionar a lei de falências, o que pode ajudar na recuperação judicial ou extrajudicial. Além disso, a SAF prevê o recolhimento de impostos, algo que os clubes com formatos tradicionais são isentos.

A migração dos times do formato de empresas para Sociedade Anônima não é obrigatória e cada clube pode escolher seu formato de gestão. Ao sancionar a lei no ano passado, o presidente Jair Bolsonaro vetou alguns trechos, incluindo os que impactavam na arrecadação de impostos, como limitar o pagamento mensal à Receita Federal a 5% pelos próximos cinco anos e a isenção de impostos sobre a venda de jogadores.

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