Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
03/06/2022 às 18h50min - Atualizada em 03/06/2022 às 18h50min

Câmara abre possibilidade para vereador recém-empossado presidir CPI da Saúde em Uberlândia

Legislativo alterou regimento interno nesta sexta (3); Abatenio Marquez, da base governista, assumiu há três dias e foi alvo de discussões

SÍLVIO AZEVEDO e DHIEGO BORGES I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Abatenio Marquez, que assumiu há três dias, foi alvo de discussões entre os vereadores I Foto: ALINE REZENDE/CMU
Uma alteração no regimento interno da Câmara Municipal gerou debates acalorados entre os vereadores de Uberlândia na sessão desta sexta (3). A mudança retirou a proibição que impedia que parlamentares suplentes recém-empossados assumissem a presidência de comissões da Casa, sejam elas permanentes ou especiais. A principal discussão girou entorno da instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a aplicação de gastos públicos na saúde pública municipal.
 
No início de maio, nove vereadores assinaram o
pedido de abertura da CPI para investigar a gestão da saúde municipal em Uberlândia, que atualmente é feita através de convênio com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e a Missão Sal da Terra, além das contratações diretas feitas pela Secretaria Municipal de Saúde. A CPI, que é assinada pelos vereadores Murilo Ferreira (Rede), Amanda Gondim (PDT), Cláudia Guerra (PDT), Cristiano Caporezzo (PL), Dandara (PT), Dudu - Luiz Eduardo (PROS), Fabão (Pros), Liza Prado (Patriota) e Odair José (Avante), ainda aguarda por tramitação na Casa.
 
Na sessão desta sexta (3), a proposta de modificar o regimento interno, de autoria da Mesa Diretora, esquentou os debates na tribuna. Vereadores da oposição se referiram à mudança como uma tentativa de manipular o processo da CPI. Isso, porque, no entendimento dos parlamentares, a intenção com a aprovação seria nomear o vereador recém-empossado, Abatenio Marquez (PP), que faz parte da base do prefeito, como presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde.
 
Marquez foi empossado durante sessão especial na quarta (1º), assumindo a cadeira deixada por Ivan Nunes, agora secretário Municipal de Prevenção às Drogas, Defesa Social e Defesa Civil. Ao subir à tribuna, a vereadora Cláudia Guerra (PDT), trouxe a discussão à tona. “O recém-empossado não pode presidir nenhuma comissão permanente. Qual é o golpe? O golpe é mudar o regimento interno para que ele possa presidir uma comissão. Ou seja, inclusive a CPI da Saúde. Para atender aos interesses do prefeito”, argumentou.


• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
 
O vereador Fabão (PROS) também entrou n discussão, se referindo à proposta como uma tentativa de diminuir os impactos da CPI na atual gestão. “O colega que assumiu recentemente era assessor especial do gabinete do prefeito. Foi enviado para cá, de forma provisória, escrevam o que estou falando. Terminada a CPI, o vereador Ivan vai reassumir o seu mandato, porque não é bobo, e o atual vai voltar para a assessoria do gabinete do prefeito. É uma movimentação clara, expressa, no sentido de controlar e reduzir os danos que a CPI da Saúde vai causar a essa gestão, porque o problema é grave, profundo, como todos nós estamos vendo nos atendimentos das emergências”, comentou.
 
Do lado oposto, em defesa da mudança proposta pela Mesa Diretora, o líder do prefeito, Antônio Carrijo (PSDB), afirmou que, em outros parlamentos, a regra é a mesma que foi proposta e alterada. “Alguns vereadores aqui assumiram como suplentes, no final da gestão passada e não puderam conduzir nenhuma comissão e nós vereadores titulares fomos obrigados a assumir, duas, três comissões. Mas, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e a Câmara dos Deputados só não podem assumir a Mesa Diretora, só isso”, defendeu.
 
Alvo das insinuações contrárias ao projeto, Abatenio Marquez usou a tribuna para defender a proposta refutando a interferência do Executivo. “O Executivo não tem nada com isso. É um problema interno, nosso, como legisladores e vereadores que ocupamos o posto dessa bancada. Eu só quero pedir serenidade, que pensemos como poder Legislativo”, afirmou.
 
Abatenio também relembrou a situação dos suplentes que assumiram no final da última gestão. “Essa Casa sofreu na pele há pouco tempo com essa condição. Vários vereadores afastados do mandato e a Casa parou de funcionar porque foram chamados os suplentes, que não podiam ocupar a presidência de comissões. A Casa ficou parada. O legislativo ficou parado esperando que se cassasse um a um dos vereadores. Só depois de um longo processo de cassações, a casa pode voltar a funcionar”, disse.
 
Após os debates e embates, o projeto foi colocado em votação e aprovado com 17 votos favoráveis, oito contrários e uma ausência.
 
ESPORTE FINO
Outra alteração no regimento interno aprovada é a que desobriga os vereadores a comparecerem nas reuniões de traje social completo. A proposta é de autoria da parlamentar Liza Prado (Patriota) e prevê a exigência apenas do traje esporte fino.
 
Sérvio Túlio (União Brasil) foi um dos vereadores que defenderam a ideia. “Achei bom a gente poder usar traje esporte fino. Claro que não vamos usar camiseta regata, short e chinelo. Mas ir de calça jeans, tênis ou sapatênis, e uma camisa bem arrumada, estamos bem-vestidos para ir a qualquer lugar. Ainda mais um país tropical, com clima quente. Quem quiser usar terno e gravata, usa, mas não pode ser uma obrigação”, defendeu.
                              
A proposta foi aprovada com 21 votos favoráveis, um contrário e quatro ausências.

VEJA TAMBÉM:


 

 

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90