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03/10/2024 às 08h00min - Atualizada em 03/10/2024 às 08h00min

A vida segue

IVONE ASSIS
Quanto mais a humanidade se diz evoluída, maiores são os conflitos internos. A guerra sempre existiu, o agravante da contemporaneidade (de todas as épocas) é que os conflitos aumentam dentro do indivíduo e, quando explodem, afetam a todos os que estão do lado de fora. Esse lado externo é o entorno do “sujeito bomba”. O afrontoso é que esse exterior pode ser apenas o trabalho, ou pode ser toda a família; mas, a depender do cargo ocupado, pode ser um município, um estado, uma nação ou várias nações. Daí a preocupação com as mentes que não se tratam, elas se adentram em um estranho narcisismo e acabam por submeter o outro a uma condição de desamparo. Essa subjetividade contemporânea coloca a sociedade em perigo.

Na vida pessoal e no mundo corporativo, o valor da saúde mental é o mesmo. Pode parecer ádvena o termo saúde mental, haja vista pensarmos que esse é um problema que atinge a uma minoria, e esse mínimo vive perambulando ou trancafiados em clínicas. Ora, esse cuidado é tão necessário a todos quanto almoçar diariamente. A mente sem cuidados fica à mercê da dor.

No 10 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Saúde Mental, e esse bem-estar promove o aumento da autoconfiança, da autoestima, do humor, refletindo diretamente no maior desempenho mental, na melhoria do sono, na redução do estresse e, consequentemente, na diminuição da ansiedade. Tudo isso atrela-se à motivação, resultando em maior e melhor produtividade. Logo, todos ganham. Ganhamos como indivíduos, como ser social, como empresa, como nação. Daí o valor de as empresas e pessoas investirem em si e em suas equipes, por meio de palestras, treinamentos, exercícios físicos e leituras. Esta última, a leitura, faz parte de todos os demais. É por meio dela que orientadores e orientandos obtêm o saber. O conhecimento é fruto do exercício de aprendizagem. A sabedoria é maior, por isso, quem a detém sabe a necessidade de se investir no conhecimento.

O conhecimento promove o interesse, e este, por sua vez, desperta para melhores ideias, aumentando o bem-estar e a produtividade, seja individual, seja da equipe. E isso cabe aos governantes, diretores, professores, médicos e afins. Sobretudo a eles, cuja carga emocional é intensa. Para vencer o turbilhão de cobranças, vindo de todos os setores, o diagnóstico emocional exige mais cuidado ainda. Uma vez ser humano, para sempre carente de cuidados. Um doente não cuida do outro.

A leitura é a que mais oferece conhecimento, na hora e no lugar desejado. Ela é um eficiente sistema EaD, todavia não é marketeira, ela é maior. Para se obter sucesso, é necessário um esvaziamento de subjetividades, a fim de resgatar o indivíduo que padece no desamparo emocional.

Da terapia, passando pela psicologia até chegar à psicanálise são várias etapas. Se a prevenção for eficiente, o tratamento medicamentoso será dispensável à maioria, e a consequência será um viver melhor, com maior eficiência em todos os setores. No trabalho, por exemplo, do cozinheiro, que fará uma refeição melhor, ao político que aplicará uma gestão mais hábil ao dinheiro público; bem como aqueles que apresentam ideias e os que aprovam as ideias, para que estas se tornem leis, tudo fluirá melhor.

Como escreveu a poetisa Geni Costa, no livro “Na imensidão, o olhar”, à página 9: “A felicidade pode estar na riqueza dos detalhes, na doação despretensiosa, na palavra que transforma, no meio que acolhe, nos gestos simbólicos que nos tornam únicos; e nos enchem de satisfação, alegria e amor!”

Esta mesma autora, complementa: “Durante toda a vida, aprende-se. Contínuas são as mudanças. Entre inconstâncias infinitas, transita-se; valores mudam, prioridades ampliam, princípios envelhecem, papéis invertem, pessoas transfiguram, coisas desaparecem. E nessa metamorfose incomum, o tempo cobra” (p. 15).

A vida está em constante mudança e, se fizermos uma analogia com a percepção esférica de formato, é fácil compreender por que o mundo é redondo, é porque a vida segue.


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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