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24/09/2022 às 08h00min - Atualizada em 24/09/2022 às 08h00min

Você vive eternamente insatisfeita?

KELLY BASTOS (DUDI)
Bom dia!

Prestem atenção: vamos abordar esse assunto porque, na verdade, o que a gente mais vê, no dia a dia, é a insatisfação feminina. Tipo, ela reclama de tudo e nada está bom.

Conhece alguém assim ou se identificou?

“O tempo está péssimo”. “A fila no supermercado está enorme”. “O ônibus está lotado”. . . E assim por diante.

Todas essas frases sempre vêm acompanhadas de um “ninguém merece” no final. Não é que nenhuma delas possa ser verdade, mas, na boca de uma eterna insatisfeita, esses fatos desagradáveis são sempre lembrados como se apenas ela tivesse reparado no que acontece de ruim ao redor.


A satisfação é algo difícil de medir, na medida em que é pessoal, mas de um modo geral, percebe-se quando uma pessoa está insatisfeita com tudo e reclama “por tudo e por nada”.

Basicamente define-se que uma pessoa é insatisfeita quando a mesma não consegue valorizar e apreciar as coisas positivas que tem e que conquista.

A causa dessa insatisfação permanente está relacionada com uma carência afetiva que parece não ter fim à vista. Na realidade, o ser humano tem sempre uma necessidade de ter mais, de construir mais, mas acaba por se sentir realizado com as pequenas conquistas que vai fazendo e dando lugar a novos sonhos e projetos, ficando satisfeita com o que já tem.

Esse é um processo natural que nos move para a procura, para o alimento da curiosidade, para a procura de mais conhecimento e daí por diante.

As pessoas satisfeitas conseguem valorizar e evidenciar aquilo que já conseguiram e preparam-se para procurar o passo seguinte. Sentem-se bem com muito menos do que se possa imaginar. Entendem a abundância como tendo o essencial e não perdem tempo à procura dos excessos.

Para a nossa consultora, Eliana Alves Pereira, psicóloga, RH e Clínica, “A insatisfação pode acontecer por vários motivos”. “Algumas mulheres aprendem esse comportamento e simplesmente os repetem. Outras não conseguem identificar o que acontece de bom ao seu redor, o que também é um aprendizado”.

“E, por último, a falta de um objetivo de vida também pode torná-las menos tolerantes às frustrações diárias. E mulheres insatisfeitas acabam se prendendo a elas”, explica a psicóloga.



É PROIBIDO CRITICAR?
Na visão da nossa consultora, “O problema não está na crítica, mas na sua frequência. Não é à toa que mulheres implicantes demais são chamadas de “cricri”. “Se vamos criticar, vamos criticar o que nos faz mal e não tudo o que passa na nossa frente”, afirma. Ela acrescenta que a mulher implicante deve ter cuidado para não ser vista como alguém desagradável. “Pessoas assim são facilmente evitadas e afastadas de nossas amizades para o nosso próprio bem”, alerta.

Eliana ainda argumenta que a mulher implicante deve aprender a não deixar escapar toda emoção que carrega. “Somos capazes de coisas tão grandiosas. Podemos ser a amiga, a mãe, a filha, a irmã, a funcionária e a esposa que muitos gostariam de ter. Contudo, nos desvalorizamos, nos diminuímos somente porque não conseguimos controlar os nossos sentimentos”, diz.

Diante dessas análises, fica a pergunta, para que você responda para você mesma:
Será que você tem sido a mulher que ninguém quer por perto? Faça uma autoanálise e observe se você faz comentários que não agregam nada e apenas expressam uma insatisfação.

Dra. Eliana dá uma dica para quem quer mudar de comportamento: “Escreva os dias da semana em uma folha. Diariamente, verifique e tome nota de tudo o que você fez e que esteja relacionado ao comportamento que você deseja eliminar. Por exemplo, digamos que tenha feito um comentário sobre alguém que você nem conhece. Então, escreva o nome dessa pessoa ao lado da palavra julgamento, no dia da semana que você fez o comentário”. Ao final da semana, você vai ter um relatório pessoal de tudo o que precisa mudar. Coloque isso em prática. Quem sabe os defeitos alheios que você vive apontando não são um reflexo do que não está bem com você?”

Bom fim e boa semana!




*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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