Na tarde desta sexta-feira (14), o coordenador da Rede de Urgência e Emergência do Município, Clauber Lourenço, conversou com a reportagem do Diário e disse que a Prefeitura dará as devidas explicações ao Ministério Público por meio do secretário de Saúde, Gladstone Rodrigues.
Nesta semana, o Diário noticiou a respeito de duas investigações movidas contra a Prefeitura. Uma delas foi motivada por uma reportagem do Diário no início do mês, quando famílias denunciaram a dificuldade de se conseguir transferência na rede municipal. Um dos pacientes, que estava em tratamento contra um câncer, acabou falecendo à espera de um leito.
Em entrevista ao Diário, nesta semana, o promotor Daniel Marotta Martinez disse que os dados publicados nos boletins pela Prefeitura não estavam correspondendo à realidade e que, portanto, havia necessidade de uma apuração para esclarecer sobre a veracidade das informações divulgadas nos documentos. O MP também investiga possível omissão de socorro no caso do paciente que faleceu à espera de uma vaga.
O Diário abordou o assunto com o coordenador da Rede de Urgência e Emergência do Município, que não detalhou informações sobre a investigação movida pelo MP. Clauber esclareceu que a divulgação dos dados do boletim epidemiológico são de responsabilidade do secretário de Saúde.
A reportagem também questionou sobre a morte do paciente que aguardava pelo leito, mas o coordenador disse que não poderia repassar informações de pacientes, mas que o Município faz o acompanhamento de todos os casos.
SITUAÇÃO DO MUNICÍPIO
O coordenador disse que a Prefeitura tem procurado ampliar o número de leitos durante a pandemia. Além dos 20 leitos exclusivos para pacientes com Covid-19 e 30 para outras patologias no Hospital Municipal, Clauber disse que nesta semana foi iniciada a abertura de 16 novos leitos de UTI no hospital Santa Catarina, que serão abertos gradativamente de acordo com a necessidade.
Por enquanto, cinco novos já estão funcionando com respiradores e toda a aparelhagem necessária na ala de enfermaria, que foi adaptada para receber os leitos de UTI.
O coordenador justificou como obstáculo para abertura de novos leitos a dificuldade de contratação de mais profissionais na rede municipal para suprir a demanda. “Temos dificuldade principalmente para a contratação de médicos intensivistas e técnicos de enfermagem”, destacou.
De acordo com Clauber Lourenço, o Município também enfrenta outro problema: o alto índice de atestados de profissionais de saúde por conta de suspeita ou contágio por Covid-19. Segundo as informações repassadas, hoje a cidade tem um déficit de pelo menos 130 profissionais, mas já chegou a ter cerca de 200 afastados.
Lourenço também esclareceu que o Município já está fazendo contratações emergenciais para suprir a demanda. Segundo ele, neste momento são necessários de 25 a 30 profissionais, principalmente médicos intensivistas e técnicos de enfermagem.
Outra medida adotada pelo Município, segundo Clauber, foi aquisição temporária de um espaço voltado para instalação de leitos de enfermaria na Casa da Fraternidade Dr. Hansen. O coordenador disse que 28 leitos serão utilizados exclusivamente por pacientes com Covid-19 que precisam ficar em observação. Este número pode ser ampliado de acordo com a necessidade, podendo chegar a 80 leitos de enfermaria.