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23/01/2020 às 17h48min - Atualizada em 23/01/2020 às 18h26min

​Vereador Juliano Modesto sai do presídio após 100 dias

Alvará de soltura foi cumprido na tarde desta quinta-feira (23) em Uberlândia após decisão judicial

CAROLINE ALEIXO
Modesto foi o alvo do Gaeco que permaneceu no presídio por mais tempo | Foto: CMU/Divulgação
O vereador Juliano Modesto (suspenso do SD) deixou o presídio de Uberlândia na tarde desta quinta-feira (23) após receber decisão favorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O parlamentar se entregou no dia 15 de outubro ao ser investigado na operação Torre de Babel, permanecendo no presídio Professor Jacy de Assis por cerca de 100 dias. 

Modesto foi denunciado em quatro operações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nos últimos meses acusado de diversos crimes envolvendo desvios de dinheiro público. Ele era o único réu que ainda permanecia detido, já que o ex-controlador da Câmara Municipal, Adeilson Barbosa, saiu da unidade prisional na última terça.

A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) confirmou que o alvará de soltura foi cumprido no presídio por volta das 16h45 mediante uso de tornozeleira eletrônica. 

ENTENDA
O parlamentar tinha quatro mandados de prisão preventiva nas operações Torre de Babel, O Poderoso Chefão, Má Impressão e Guardião. O acusado responde pelos crimes de obstrução de Justiça, organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, peculato e falsidade ideológica.

Na primeira operação ele foi investigado por intermediar a contratação de milicianos da cidade a fim de intimidar um motorista de van, que denunciou as fraudes no transporte escolar municipal. 

Além de tentar atrapalhar as investigações, o Gaeco acusou Modesto de ter participação na organização criminosa que apresentou planilhas com valores adulterados da quilometragem rodada pelos veículos para receber valores superiores da Prefeitura de Uberlândia pelo serviço prestado. Por isso, ele também foi denunciado na operação O Poderoso Chefão

 

Nos crimes apurados na operação Má Impressão, o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o vereador por desvios de R$ 206 mil da verba indenizatória a partir do uso de notas fiscais ideologicamente falsas. Já na operação Guardião, deflagrada simultaneamente em dezembro, ele foi acusado de corrupção por participar de esquema de propina envolvendo membros da mesa diretora da Câmara Municipal. 

De acordo com o MPE, houve a comprovação de transferência bancária do proprietário da empresa A Precisão Segurança, que prestou serviço de vigilância à Câmara, para a conta de Modesto no valor de R$ 1,9 mil. 

O prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 355 mil com o esquema montado entre 2018 até outubro de 2019. Uma planilha da propina chegou a ser entregue ao MPE, mostrando os valores que foram desviados e devolvidos da empresa para os vereadores investigados.

 

A defesa entrou com recursos no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e também recorreu ao STJ, sendo todos deferidos em caráter liminar nas últimas semanas. A última decisão favorável, que determinou a liberdade provisória ao vereador, foi concedida em pedido de extensão em habeas corpus protocolado no Superior Tribunal. A liminar foi publicada no fim da tarde desta quarta-feira (22).

A reportagem procurou o advogado de Juliano para mais detalhes sobre a decisão e todas as medidas cautelares aplicadas para a revogação da prisão, além da monitoração eletrônica, porém não houve resposta. 







 

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