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22/01/2020 às 18h23min - Atualizada em 22/01/2020 às 19h04min

Ex-controlador da Câmara deixa presídio de Uberlândia

Dos 23 denunciados nas operações Má Impressão e Guardião, apenas o vereador Juliano Modesto permanece preso

CAROLINE ALEIXO
Uma decisão liminar da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu a liberdade ao ex-controlador da Câmara e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Adeilson Barbosa Soares. O réu foi preso e denunciado nas operações Má Impressão, Guardião e na O Poderoso Chefão, que investigaram desvios de recursos públicos no Executivo e Legislativo Municipal. 

Adeilson foi preso na O Poderoso Chefão, cuja denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) apontou a participação dele no esquema de desvios do transporte escolar municipal, e liberado com uso de tornozeleira eletrônica. Ele voltou a ser preso no dia 16 de dezembro nas novas operações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) confirmou que ele recebeu alvará de soltura e saiu do presídio Professor Jacy de Assis ainda na noite desta terça-feira (21), após a decisão judicial. 


No pedido de reconsideração ao habeas corpus ajuizado no TJ, a defesa de Adeilson alegou que o cliente não é mais do Controle Interno da Câmara de Uberlândia desde o final de 2018 e mencionou a decisão do Superior Tribunal Justiça (STJ), concedendo liberdade ao réu no âmbito da operação Guardião. Como ele ainda tinha o mandado de prisão pela outra operação, com a nova decisão ambos foram revogados e ele pôde deixar o presídio. 

A liminar foi deferida pelo desembargador relator do habeas corpus Anacleto Rodrigues. O magistrado determinou a expedição do alvará de soltura mantendo as medidas cautelares já estabelecidas pelo STJ: proibição em manter contato com os demais réus, proibição de frequentar a Câmara e de se ausentar da cidade sem autorização judicial, recolhimento domiciliar noturno e afastamento de qualquer cargo público no Legislativo. 

Adeilson foi controlador-geral da Câmara na gestão de Alexandre Nogueira e também contador de uma das empresas que emitiam notas frias a vereadores, segundo o Gaeco | Foto: UFU/Divulgação

Motivo das prisões
Segundo o Gaeco, Adeilson foi um dos principais alvos das operações deflagradas nos últimos meses. Na O Poderoso Chefão, foi denunciado por organização criminosa e fraude à licitação sendo apontado como um dos líderes e braço administrativo na fraude milionária no transporte escolar, bem como apontada a participação na contratação irregular do escritório de advocacia Ribeiro Silva que prestou assessoria à CPI das Vans.

Já na operação Má Impressão responde pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. A denúncia aponta que ele teve participação nos desvios de mais de R$ 250 mil da verba de gabinete dos vereadores Ismar Prado, Alexandre Nogueira e Juliano Modesto.

O investigado foi controlador-geral do Legislativo na época em que Nogueira assumiu a presidência da Casa e, de acordo com o MPE, também era contador de uma das empresas que emitiram notas frias aos vereadores.

Por fim, foi denunciado na operação Guardião pelo crime de corrupção passiva acusado de participar do esquema de propina no valor de R$ 355 mil envolvendo o contrato de vigilância do Legislativo.  

Também são réus nesse mesmo processo os vereadores Hélio Ferraz-Baiano, Alexandre, Juliano e Marcelo Cunha, além do ex-diretor administrativo da casa, Samuel Moura de Novais e o ex-secretário Geral Aldo de Sousa Filho.

RÉUS
Entre os 23 denunciados nas operações do Gaeco deflagradas em dezembro estão empresários do setor gráfico e 15 vereadores. Ao todo são 17 processos que tramitam na 3ª Vara Criminal da comarca de Uberlândia. 

Com a decisão favorável ao ex-servidor da Câmara, apenas o vereador Juliano Modesto permanece na unidade prisional desde outubro de 2019, quando foi preso na operação Torre de Babel. O vereador afastado já teve pedidos favoráveis à soltura, contudo como tinha outros mandados de prisão vigentes permanece no local. 

Alexandre Nogueira deixou o presídio na última sexta-feira (17) após alvará de soltura expedido pela Justiça. Veja abaixo a situação de todos os réus conforme apuração do Diário.

Vereadores que respondem ao processo em liberdade, porém afastados dos cargos: 
• Alexandre Nogueira (PSD)  
• Marcio Nobre (PSD) 
• Ceará (PSC) 
• Ronaldo Alves (PSC) 
• Doca Mastroiano (PL) 
• Vilmar Resende (PSB) 
• Wender Marques (PSB) 
• Hélio Ferraz-Baiano (PSDB) 
• Isac Cruz (Republicanos) 
• Pâmela Volp (PP) 
• Rodi Borges (PL) 
• Silésio Miranda (PT) 
• Vico (Cidadania) 
• Marcelo Cunha (sem partido) 

Denunciado ainda preso: 
• Juliano Modesto (suspenso do SD) 

Vereadores que renunciaram e não foram processados:
• Dra. Flavia Carvalho (PDT) 
• Felipe Felps (PSB) 
• Ricardo Santos (PP) 
• Roger Dantas (Patriota) 

Vereadores em liberdade, mas com investigação em andamento:
• Paulo César-PC (SD) 
• Dra Jussara (PSB) 

Demais denunciados: 
• Mateus Fernandes da Silva (assessor Juliano) – não chegou a dar entrada no presídio
• Adriano Machado Borges (assessor Ronaldo) – não chegou a dar entrada no presídio
• Marcos Lúcio Esteves (empresário) – em prisão domiciliar desde 19 de dezembro
• Lindolfo José Ferreira (empresário) - liberado, mas Seap não informou a data em que o alvará de soltura foi cumprido
• Tarcízio Carbone da Silva (empresário) – em liberdade provisória desde 15 de janeiro
• Adeilson Barbosa Soares (ex-controlador da Câmara) – em liberdade provisória desde 21 de janeiro 
• Samuel Moura de Novais (ex-diretor administrativo da Câmara) – em liberdade desde o dia 17 de janeiro
• Aldo de Sousa Filho (ex-secretário Geral da Câmara) – em liberdade, mas com monitoração eletrônica desde 18 de dezembro  






 
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