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20/09/2017 às 05h08min - Atualizada em 20/09/2017 às 05h08min

Seleção Paralímpica adia embarque ao México por causa de terremoto

DA REDAÇÃO

 

A seleção brasileira de natação paralímpica realizou na manhã de ontem, em São Paulo, aquele que inicialmente estava programado para ser o seu último treino em solo nacional antes de embarcar rumo à Cidade do México, onde disputará o Mundial de 2017 entre os dias 30 de setembro e 6 de outubro. O embarque, que ocorreria no final da noite desta terça no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, foi suspenso devido ao forte terremoto que atingiu a capital mexicana por volta das 15h (de Brasília). A seleção conta com dois atletas de Uberlândia: Ruiter Silva e Ruan Souza.

"O grupo de 18 atletas embarcaria para um período de aclimatação antes do Mundial da modalidade, que está previsto para começar no dia 30 de setembro. Por ora, não há uma definição de uma nova data de embarque. A direção técnica do Comitê prefere aguardar mais informações sobre as condições da cidade e sobre o status da competição, a fim de garantir a segurança de todos", informou o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), por meio de nota oficial divulgada no início da noite de ontem.

No fim da nota, a entidade também ressaltou que "lamenta a catástrofe e deseja força a todos os mexicanos afetados pelo terremoto", que foi sentido na Cidade do México e foi de 7,1 graus na escala Richter. 

 

ATLETAS

Ainda sem saber quando poderá viajar por causa do terremoto, a delegação do Brasil conta com 18 nadadores e desta vez será representada por um grupo que mescla nomes consagrados, como, por exemplo, Daniel Dias, maior atleta paralímpico da história do País, e outros jovens valores da modalidade que despontam no início deste ciclo olímpico que visa principalmente os Jogos de Tóquio-2020.

Ouvidos pela reportagem no novíssimo Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, Daniel Dias, de 29 anos, e o também supervitorioso André Brasil, de 33, exaltaram a importância de dar continuidade ao legado de glórias que conquistaram no esporte adaptado.

Mais do que isso, eles destacaram o fato de que possuem a responsabilidade de transmitir de forma eficiente a experiência ao jovens que estão iniciando suas trajetórias no time nacional e se espelham nas inúmeras medalhas que os dois astros da natação paralímpica do País conquistaram em Mundiais, Paralimpíadas e Parapan-Americanos.

"Estou muito feliz de poder estar mais uma vez representando o meu País, estar com uma seleção renovada, que tem uma mescla entre atletas que já estiveram em outros campeonatos e já estiveram nos Jogos Olímpicos, e outros jovens que talvez tenham a primeira oportunidade de competir em um Campeonato Mundial. Você é meio que, como outros foram pra mim, como um espelho para essa meninada", afirmou André Brasil, que adotou a natação como sua principal atividade ainda enquanto criança após ter poliomielite aos três meses de idade, em doença contraída após reação provocada por uma vacina que tomou e que lhe rendeu uma pequena sequela na perna esquerda.

Um dos maiores medalhistas paralímpicos do País ao lado de Daniel Dias e Clodoaldo Silva, André admite que inevitavelmente a idade já começou a cobrar o seu preço e que por isso hoje não pode pensar apenas em feitos individuais, mas sim em como ajudar a pavimentar o caminho de sucesso que a nova geração poderá trilhar.

"Espero poder dar um norte e ser um espelho a essa molecada que está crescendo, pois um dia serão eles (jovens) que vão estar tomando conta do esporte e nós (veteranos) vamos estar aplaudindo de fora", completou o nadador, que disputou o seu primeiro Mundial em 2006, em Durban, na África do Sul, onde já conquistou quatro das 15 medalhas de ouro que faturou na história da competição, na qual também acumula seis pratas e dois bronzes.

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