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11/06/2017 às 05h16min - Atualizada em 11/06/2017 às 05h16min

Região terá três times na elite do Campeonato Mineiro após 8 anos

Além de Uberlândia Esporte, URT e Patrocinense estarão disputando a divisão especial em 2018

EDER SOARES | REPÓRTER
Uberlândia Esporte e URT disputaram a competição deste ano e terão novos confrontos em 2018 / Foto: Divulgação

 

Em 2018, se completarão oito anos desde a última vez em que a região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba contou com três representantes na elite do futebol mineiro, situação que não é fácil de acontecer, já que a competição só conta com 12 equipes na primeira divisão. No ano que vem, as equipes do Uberlândia Esporte, na elite desde 2016, URT de Patos de Minas, desde 2013, e a Patrocinense, que conquistou o acesso neste ano depois de 24 anos fora do Módulo I, movimentarão o futebol profissional regional. O Uberlândia e a URT ainda terão pela frente a Série D do Campeonato Brasileiro, a partir de junho.

A última vez que a rica região do Estado de Minas Gerais contou com três equipes no Campeonato Mineiro foi em 2010. Naquele ano, a competição teve a participação do Uberlândia, Boa Esporte (atualmente de Varginha, no Sul de Minas, mas que naquela época ainda tinha sede na cidade de Ituiutaba), além do Uberaba.

Em 1994, último ano em que a Patrocinense figurou no Módulo I do Mineiro, teve ainda as companhias de mais dois times da região: Uberlândia Esporte e Mamoré, de Patos de Minas. Para os diretores das equipes do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba a situação é bem vista, pois o fato de três equipes representarem a região na elite estadual irá acirrar ainda mais a rivalidade entre as cidades, o que dentro de campo significa maior público e, consequentemente, rendas mais gordas.

O atual segundo vice-presidente do Uberlândia Esporte Clube, Flávio Gomide, que é um dos fortes nomes da situação para ser o presidente do Verdão no ano que vem, garante que 2018 promete ser um ano de muita história positiva para os clubes da região. “Três equipes dos 12 participantes do Mineiro, no ano que vem, significa ¼ dos clubes, número que torcemos para que possa ser maior a partir de 2019, já que temos clubes da região também com capacidade para conseguir o acesso, casos do Uberaba e Mamoré”, disse Flávio.

Segundo o dirigente, a presença de três equipes da mesma região tende a fomentar ainda mais a rivalidade regional, o que ele considera positivo. “Fazem mais de 90 anos que existe a rivalidade entre Uberlândia e Uberaba, Uberlândia e Araguari, com o Ituiutaba, com a Patrocinense e URT, este último que tem pelo menos uns 40 anos de rivalidade e até com o Mamoré. Isso motiva o torcedor regional, fortalece o futebol do Triângulo Mineiro tanto tecnicamente quanto politicamente, pois teremos mais votos da nossa região no arbitral e você fortalece os times, diminuindo os custos dentro da grade do departamento de futebol”, afirmou Flávio, reforçando ainda os cálculos sobre economia.

“O Uberlândia indo a Patos de Minas é muito melhor do que ir até Tombos, ou Juiz de Fora, que são distâncias muito grandes e os gastos também aumentam muito. A gente sempre preza pela rivalidade no futebol do Módulo I e torcemos para que Uberlândia, URT e Patrocinense façam um bom campeonato, e que ninguém caia para o Módulo II. Dessa forma, quem sabem em 2019 possamos ter quatro equipes da região na primeira divisão, o que fortaleceria ainda mais,  pois aumentaríamos para 1/3 o nosso número proporcional na primeira divisão, o que seria fantástico”, disse Flávio Gomide.

 

DE VOLTA

Patrocinense passou 13 anos sem disputar competições

Dirigentes e conselheiros da Patrocinense, que conquistou o título do Módulo II deste ano / Foto: Divulgação

Diogo Rezende da Cunha, diretor de futebol e de comunicação da Patrocinense, também encara positivamente o fato de a equipe retornar à primeira divisão do Mineiro, depois de 24 anos, tendo outros dois clubes da região na disputa. “Fortalece o futebol da região e diminui bastante as despesas com custos das viagens, isto sem contar que as rendas vão aumentar em função da rivalidade entre os clubes e cidades”, afirmou Diogo Rezende.

O dirigente lembra que o Clube Atlético Patrocinense ficou inativo do futebol por 13 anos, e que foram necessários quase 15 meses para sanar as dívidas deixadas por gestões anteriores. O esforço, no entanto, valeu à equipe o título do Módulo II deste ano, o que lhe garantiu o acesso à elite. Para o próximo ano, o clube montou um projeto que teve a participação de membros de diretorias anteriores, muitos deles filhos de ex-diretores, numa união de esforços. “Reerguemos o clube, é claro, com o apoio do empresariado local e fizemos um aporte no sistema de sócio-conselheiro, no qual cada diretor contribuiu com o valor de R$ 1 mil por ano. Chegamos a ter 200 sócios, no ano passado”, disse o diretor da Patrocinense, ciente da realidade da elite do futebol mineiro.

A prioridade do clube para 2018 é não cair para o Módulo II. Diante desse propósito, a diretoria já procurou se informar sobre todas as regras da primeira divisão, inclusive em relação a cota de televisão. Uma comissão esteve na sede da Federação Mineiro de Futebol (FMF) para ficar a par de tudo. Outra medida adotada foi a renovação com o supervisor Stefano Caetano, que já teve nove acessos em Minas Gerais e está com a Patrocinense desde o Módulo II do ano passado. “Ele agora terá a primeira oportunidade trabalhando na primeira divisão. Acreditamos muito no potencial dele, que inclusive já está fazendo o mapeamento de jogadores. Estamos deixando prontas as opções de pelo menos três atletas por posição, para que depois possamos começar a fechar os contratos”, disse Diogo Rezende.

 

URT

Das equipes da região que disputarão o Módulo I do Campeonato Mineiro em 2018, a URT de Patos de Minas é a que está mais tempo seguido na elite estadual, desde 2013. O vice-presidente de futebol do Trovão Azul, Juliano Rocha, pensa da mesma forma que os representantes de Uberlândia e Patrocinense. Para ele, a região do Triângulo Mineiro e Ato Paranaíba tem tudo para começar a dar as cartas no futebol mineiro, dentro de pouco tempo.

“Isso só vem a engrandecer o Campeonato Mineiro, pois agora com três clubes da região na primeira divisão teremos muita rivalidade entre torcidas e as equipes. Não posso deixar de falar também da parte financeira, que é de suma importância para os clubes do interior. As viagens ficarão mais perto, o que vai gerar economia para todos”, disse. Ele observa que o Campeonato Mineiro, pela forma como é disputado, torna-se mais difícil ainda, uma vez que no próximo ano haverá mais clássicos regionais que outras edições. “A expectativa da URT é a melhor possível para 2018. Temos tudo para ter um grande ano. Tomara que todos os clubes da região permaneçam na primeira divisão e que mais times subam do Módulo II para que possamos ficar ainda mais fortes”, frisa.

 

NA ESPERA

Torcida também está otimista com os clássicos regionais

O músico Rogério Fagundes é torcedor do Uberlândia Esporte e se mostra motivado para acompanhar o Campeonato Mineiro de 2018. “Sem dúvidas será bem melhor para nós aqui da região com mais um clube, agora a Patrocinense sendo o terceiro. Quero ir a todos os jogos contra URT e Patrocinense, mesmo aqueles que acontecerem fora de Uberlândia. Será muito bom e tenho certeza que grandes públicos comparecerão aos jogos”, afirmou.

O caminhoneiro Jorge de Araújo é torcedor da Patrocinense e confessa que está ansioso para assistir aos clássicos regionais. “Na época do campeonato, que acontece entre janeiro e maio, eu quero dar um jeito de fazer as minhas viagens mais próximas, pois será muito interessante assistir a tantos clássicos regionais. Quero ir até nos jogos entre Uberlândia e URT, se for possível, caso não coincida com o jogo da Patrocinense”, disse.

Sergio da Costa é comerciante e fanático pela URT. “A URT continuará como o melhor time do interior e também daqui do Triângulo, pelo menos esta é a nossa expectativa aqui em Patos de Minas. Será muito bom poder enfrentar dois times da nossa região. O nosso futebol acaba ganhando muito com isso”, afirmou.


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