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29/06/2024 às 08h00min - Atualizada em 29/06/2024 às 08h00min

Voltando ao início!

SE MANCA!, por Igor Castanheira

SE MANCA!, por Igor Castanheira

O jornalista Igor Castanheira traz seu olhar sobre temas relacionados a inclusão e acessibilidade.

IGOR CASTANHEIRA
É possível virar a chave? Como podemos seguir em frente quando as nossas memórias estão tão latentes? Dentro da minha cabeça nada se organiza, não existe uma lógica e, sim, gatilhos, a maioria deles da minha infância, que me forçam a voltar para a minha zona de conforto.

Por mais que eles encontrem explicações e teorias psicológicas, que mais tarde tentam ser confortadas ou superadas em sessões de terapia, a verdade é que nossos primeiros anos e as nossas primeiras experiências moldam muito o que seremos na vida adulta.

Ah, temos o poder de mudar e superar os nossos medos e vencer as nossas dificuldades, assim é a vida, se conforme, acredito nisso, só me pergunto, por quê? A vida adulta é um reflexo da nossa genética com as nossas experiências.

Nessa balança, carregamos as frustrações dos nossos pais, interpretamos erroneamente as relações humanas e acumulamos na bagagem os nossos medos, do outro lado, não há equilíbrio, não aprendemos a viver, não descobrimos o que é amar, estamos sempre sobrevivendo, nunca satisfeitos e rapidamente nos vemos envenenados pela sociedade, que vê no acúmulo de dinheiro, e nas construções de luxuosos impérios, o ideal da nossa existência. 

Onde a imagem de poder sobre o outro, esconde a nossa insignificância, no entanto, no topo da cadeia, não nos importamos com as consequências, só queremos manter a nossa imagem inalcançável. 

Somos assim, lutamos para ser admirados, queremos a competição, não suportamos a derrota e fazemos questão de impor nossa força. Esses nossos instintos, passados de geração em geração, consolidou uma humanidade egoísta que se construiu na base do esquecimento, sobre os egos de alguns e muitas verdades distorcidas. 

Eras foram consolidadas e superadas nessas bases de desenvolvimento, entre intelectuais, idiotas e poderosos, muitos ficaram perdidos, eram incompreendidos, sofreram e lutaram por um propósito que não nos interessa, afinal, já passou.

Nessas imperfeições das nossas crenças consolidadas, vivemos sobre as sombras do que cultivamos, vamos caminhando sempre preocupados com os olhares ao redor e lutando com as nossas memórias, cada vez mais passageiras, querendo voltar ao início.

Fico curioso para saber como iremos construir a história da era digital. Já tão confusa, caótica e desumana. Na qual vemos diariamente, milhares de vezes, egos se digladiando por poder, bilhares defendendo idiotas e os supostos intelectuais tentando sobreviver em meio ao caos.

Triste é que continuamos sem aprender a amar, somos cada vez mais escravos da imagem, temos as nossas particularidades difundidas e isoladas em grupos cada vez menores, a nossa suposta inteligência a serviço da nossa própria destruição, enquanto isso, acreditamos no desenvolvimento, nos importamos com nosso legado e deixamos nosso medo nos guiar.

Contudo, não percebemos que a balança está tão pesada que, em breve, teremos outra Era, qual? Eu não estarei aqui para contar, mas se o amor ditar o equilíbrio do que estar por vir. A nossa história não terá importância, pois o poder, a competição e as mentiras que moldaram todas e esta Era serão esquecidas. E as novas memórias irão ser livres para plantar a única semente que precisamos. 


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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