O jornalista Igor Castanheira traz seu olhar sobre temas relacionados a inclusão e acessibilidade.
IGOR CASTANHEIRA
Tenho medo do presente Tenho pavor do futuro que não irei conhecer Tenho vergonha da nossa história Tenho dúvidas da nossa inteligência Tenho certeza da nossa destruição.
Tenho um sonho Sou teimoso Acredito no ser humano Contudo, estou aterrorizado.
Talvez resista Talvez me entregue Quem sabe me adapte Quem sabe aceite É preciso mudar Para sobreviver Não evoluir.
Imaginamos um mundo melhor E criamos um mercado Racionalmente desenvolvido Para nos descartar Autodestrutivo.
De maneira contraditória Corremos para o outro lado E nos adaptamos Ao que criamos Para nos excluir.
Nada é bom o suficiente O lucro é a meta A vida tem preço A gente chora A arte se adapta Todavia, resiste Tudo isso Para concluirmos Que nada mudou.
Mais do mesmo Seja igual Mas faça diferente Evolua Para o mercado Sobreviva Com o seu sonho.
Seja você Porém Mude! Não perca a essência No entanto Não seja feito de idiota.
Estude Aprenda Queremos o que você faz Descartamos Quem você é.
Sofra Mas cresça Seja feliz Tenha sucesso Seja influencer Pregue valores imponha verdades E viva essa loucura!
Encontrar felicidade Hoje é um negócio Não algo que temos naturalmente.
Estamos nos destruindo Lentamente Com doses de dopamina Porque não queremos mudar Gostamos da roda Do sofrer Do ganhar Da luta Da superação
Enquanto isso O instinto competitivo Mata A sonhada Igualdade
Triste estou Mas com sorriso Sigo Não culpo ninguém Pelas minhas lágrimas A minha dor Eu sei que elas vendem
Elas caem vagarosamente Uma a uma Em um teclado Que ama contar histórias Hoje escrevo Explicitamente A minha angústia.
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.