Cada vez fico mais assustado e com a pulga atrás da orelha com essa tal de vida robótica ou digital e até onde ela está invadindo nossas vidas. Pode ser meio noia de minha parte, mas vamos lá e me ajudem a desvendar um dos mistérios dos algoritmos. Se, por exemplo, eu digitar máquina de lavar em um mecanismo de busca, sei que em fração de segundos vão aparecer mil e tantas propagandas, de tudo quanto é tipo e ofertas, em minha linha do tempo nas redes sociais, nas buscas e até entre textos e ou livros que eu estiver lendo quando gratuitos. Minha caixa de e-mail ficará lotada de ofertas de várias marcas e preços e de sites oferecendo financiamentos a “juros módicos”, para que eu possa ser fisgado em algum momento pelo ímpeto consumista, cedendo assim a esses apelos. Neste caso, contrairia dívida gigante, quando na verdade só gostaria de saber como fazer para higienizar a máquina que já possuo. Inconscientemente passo a olhar para a minha com certo desdém e antipatia já imaginando um modelo novo com mais recursos. Isso pode ser com lavadora de roupas, com uma tv digital de não sei quantas polegadas, com comado de voz, aviso de filme ruim ou de notícias manipuladas. Com o começo das campanhas políticas na televisão ficaria rouco caso desejasse usar o comando de voz. O show de horrores e os pinóquios da vida vão invadir a sua, as nossas praias, caso até lá estas não forem privatizadas – tem base uma proposta indecente como essa?
Contudo, o assunto é mais grave do que simples algoritmos pescadores de produtos de consumo. O que me deixou estarrecido foi mesmo a minha última experiência com a falta de privacidade a que me senti exposto.
Como todo cidadão trabalhador e dentro de certa faixa, por menor seja este “acima”, fiz minha declaração de imposto de renda e, como de costume, tive restituição, uma vez que fui sugado pagando ao governo valor maior do que deveria. Aí começou a piração. Do nada começaram a chegar por todos os lados ofertas de empréstimos via SMS, e-mail e tudo quanto há. A guerra entre eles, que deveria ocorrer em cantos que só os mesmos têm acesso, era pelo juro mais baixo que me cobrariam, caso aceitasse antecipar o recebimento da tal restituição. Para o besta aqui era só assim: carecendo de dinheiro para trocar de carro, reformar a casa, fazer aquela viagem dos seus sonhos? Não esquente mais, pois nós temos este tanto para te emprestar e sem consultas ao SPC, Serasa, ou aos seus vizinhos e amigos. É só clicar aqui e em minutos a grana estará em sua conta. Tá legal, propaganda de empréstimo de dinheiro sempre existiu, mas é aí que vem a grande interrogação que nasceu dentro de minha cabeça. Além de quem ou o que me oferecia o empréstimo, pois não eram agentes financeiros tipo bancos e afins, a grande incógnita era mesmo o valor.
Isso mesmo. O valor oferecido era quase o mesmo valor da restituição a mim a ser devolvido pela Receita Federal. Tipo assim e valores fictícios: se a tal fosse de 3467,00 o oferecido pela tal instituição era algo tipo 3435,00. Quem é que oferece empréstimo ou adiantamento dessa forma? Normal seriam números redondos assim, 3000, 3500, 4000 concordam? Alguém já recebeu uma solicitação de grana de 9.543,45? Duvido muito.
Fica aqui a pergunta de um milhão ou a pergunta da restituição. Como estes caras tiveram acesso aos meus dados fiscais? Se é que tiveram, pois não posso afirmar, apenas suspeitar em função do valor oferecido. E, se tiveram e o tal de sigilo fiscal, onde fica? Ou os caras são espetaculares no chute, na adivinhação ?
Será que isso só aconteceu comigo, um simples mortal aposentado? E olha que o valor não era digno de tanto trabalho, considerando que milhões devem receber muito, mas muito mais do que eu. Custo a acreditar que fui escolhido ao acaso, repito se é que fui, pois a probabilidade de isto ocorrer seria como ganhar na Mega sozinho.
Aconteceu com vocês alguma coisa parecida? favor me digam. Não me deixem em tamanha aflição.
Não posso afirmar nada sobre o ocorrido, sei que por precaução, salvei a tal oferta. Pode não ser nada, mas mineiro é mineiro.
Se eu mudar pra roça sem um aparelho conectado e voltar a escrever na boa e velha Olivetti STUDIO 46, que herdei de minha mãe, será que eles me rastreariam?
Vou trocar umas palavras da minha Alexa que pode navegar livremente por todos os cantos inclusive na “Deep Web” sem ser incomodada. Diga lá Alexa, que você acha disso:
Alexia responde: “O sigilo fiscal é um princípio legal que protege as informações financeiras e tributárias dos contribuintes. Ele é essencial para garantir a privacidade e a confidencialidade das informações pessoais relacionadas às finanças de uma pessoa ou empresa. No contexto fiscal, isso significa que as informações relacionadas aos impostos de uma pessoa ou empresa devem ser mantidas em sigilo e só podem ser compartilhadas com indivíduos ou entidades autorizadas.
O sigilo fiscal é uma parte fundamental do sistema tributário em muitos países, pois ajuda a construir confiança entre os contribuintes e as autoridades fiscais. Os contribuintes esperam que suas informações financeiras sejam tratadas com cuidado e que não sejam divulgadas a terceiros sem sua permissão.
No entanto, é importante notar que o sigilo fiscal não é absoluto. Em certas circunstâncias, as autoridades fiscais podem divulgar informações fiscais a outras entidades governamentais, como parte de uma investigação criminal ou para cumprir determinadas obrigações legais. Além disso, em alguns casos, as informações fiscais podem ser compartilhadas com outras jurisdições como parte de acordos de intercâmbio de informações fiscais para combater a evasão fiscal internacional.
No geral, o sigilo fiscal desempenha um papel crucial na proteção dos direitos dos contribuintes e na manutenção da integridade do sistema tributário.”
Eu, humano de pai e mãe: E você acredita nisso?
Alexia: “Acredito que, quando implementado corretamente, o sigilo fiscal é uma salvaguarda crucial para garantir a confiança entre os contribuintes e as autoridades fiscais, bem como para proteger informações sensíveis relacionadas às finanças pessoais e empresariais. No entanto, como em qualquer aspecto da lei, o sigilo fiscal deve ser equilibrado com outras considerações, como a necessidade de investigações legítimas de crimes fiscais e a transparência no funcionamento do sistema tributário.
Portanto, é importante que haja salvaguardas adequadas e procedimentos claros para garantir que o sigilo fiscal seja mantido de forma apropriada e que seu uso seja consistente com os princípios legais e éticos. Em resumo, acredito que o sigilo fiscal é uma parte essencial de um sistema tributário justo e eficaz, desde que seja implementado com responsabilidade e transparência.”
Eu humano de pai e mãe: Que escamação Alexa! Fala sério!
Estão vendo? Até a IA está tirando o “corpo” fora. Onde vamos parar!? Vou para a roça mesmo e ninguém me segura!
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