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22/06/2024 às 08h00min - Atualizada em 22/06/2024 às 08h00min

Viva o cinema!

SE MANCA!, por Igor Castanheira

SE MANCA!, por Igor Castanheira

O jornalista Igor Castanheira traz seu olhar sobre temas relacionados a inclusão e acessibilidade.

IGOR CASTANHEIRA
Foi em uma manhã de 2015, no Praia Clube, acompanhado pelos amigos Marcos Ribeiro e Tânia Costa, que o cinema entrou na vida de uma forma diferente. Durante os meus primeiros passos como repórter de vídeo, eu com o meu entusiasmo e alegria, encontrei o Marcelo, cineasta, em meio a produção de um documentário que iria contar histórias do paradesporto brasileiro

Direto de São Paulo, com uma câmera na mão e com a autorização para usar a minha imagem, ele  buscava encontrar histórias. Empolgado, conversamos e trocamos emails. Esse dia  cheguei na redação da TV com os olhos brilhando. Pois, estava aprendendo a fazer TV e também  descobrindo as maravilhas da produção da sétima arte, vendo a inclusão na ótica sensível de quem tem uma bela história.

O tempo passou, a gente trocava mensagens, no entanto, a correria do dia a dia, nunca imaginaria receber uma ligação no começo de 2016, na cama de um hospital, para receber o convite para participar do “Paratodos”.

Claro, a minha vida estava de ponta cabeça, me recuperando, afastado do trabalho e com férias já marcadas, que não sabia se seriam mantidas, afinal, fiquei mais de um mês doente. 

Nessa confusão, conversei com o Rogério que compreendeu a oportunidade e manteve as férias para março, e lá fui eu, a princípio para aprender o trabalho, para depois continuar  remotamente, de Uberlândia.

Realmente retornei, mas foi para organizar a mudança e viver essa experiência da forma mais intensa que pude. Em um universo novo, aprendi muito, conheci muitas pessoas singulares, me aprofundei em todo o processo de contar histórias e confirmei que a sensibilidade humana consegue ver beleza no incomum, basta desconstruir padrões.

Eu tive medo, estava eu na cidade de concreto, com relatos de ser fria e distante. Eu, que preciso de acolhimento e carinho, cheguei lá com um sorriso e energia, no dia 07 de março daquele ano, já pediram: o que você acha do Trailer? Dei uns pitacos,  preocupado com a reação do Marcelo, lembrando que esse era apenas a segunda vez que o via pessoalmente.

Ele e o Peppe, que acabara de conhecer e responsável pelo roteiro, concordaram e, assim, durante 8 meses, o cinema foi o meu dia a dia. Entre as dificuldades e os preconceitos enfrentados, tivemos o papel de quebrar paradigmas e mostrar o cotidiano de atletas, que sim, são competidores, e não merecem somente o destaque apenas por mostrarem que é possível incluir, merecem o destaque, que vem de forma restrita na mídia, sem apelo e idolatria da sociedade, que se acostumou a aplaudir pela superação e não pelos resultados.

Além dessa história que ajudei a contar, várias outras vieram e ainda virão,  a fim de mostrar a diversidade e a pluralidade que somos feitos, mas que não queremos enxergar. Afinal, o belo é publicidade, a beleza tem de ser construída. Se o que vemos nos conforta, não há algo novo, Se o que sentimos nos apavora é porque não enxergamos beleza no que vemos.

Viva o cinema nacional! 


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 

 
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