Estamos debaixo de muita água e milhares de lágrimas sendo derramadas. O sofrimento nos provoca e faz emergir o que podemos ser nos dois extremos. Sob a dor de um povo, conseguimos nos unir e com infinitas correntes, mostramos que podemos salvar vidas, o que sempre achamos que é pouco, hoje é o suficiente para a sobrevivência de milhares de pessoas.
Em meio ao caos, afogamos o nosso ego, compreendemos as nossas necessidades, intensificamos nossos instintos, percebemos o quanto somos pequenos, paralisando nossos sonhos, mas ao mesmo tempo, enfatizamos a nossa misericórdia e a nossa capacidade de ressurgirmos.
Estamos vendo a natureza, que nós fazemos parte, lavar a alma e nos deixar um aviso, ou reconstruímos as nossas relações e aprendemos que somos um só ou, veremos a vida se esvair, junto com os nossos sonhos egoístas.
Entendam, seremos somente objetos de estudo, com milhares de teorias, que por muitas vezes serão egocêntricas, assim como nós, salve alguns momentos de extremismo, que são avisos, no entanto, rapidamente esquecidos até a próxima comoção social.
Com a nossa pequenez, mostramos o quanto somos fortes e solidários, pois o que importa é a vida.
A cultura que consolidamos nos fará sentir falta do que construímos, adquirimos, dos nossos desejos insaciáveis, contudo a nossa vulnerabilidade nos faz compreender o valor de um abraço e a necessidade de se amar sem quantificar ou classificar por importância.
O amor permanece, aumenta e se espalhar em todas as situações. Doe, ajude e leve alento a quem pede e precisa.
Não espere o extremo para fazer isso pois somos o bem que podemos fazer ao próximo. Quero acreditar na nossa capacidade de aprender e nos reinventar, a partir de uma tragédia que nos une.
Enquanto muitos utilizam a sua força da sua imagem para levar dignidade e esperança a um povo, uma minoria faz baralho e tenta se promover, para estes poucos, o seu dinheiro será bem-vindo.
Em momento de calamidade, a imagem de quem quer que seja não importa, haverá uma imensa gratidão a todos que se sensibilizem e virem os seus olhares para onde a vida clama por socorro.
Podemos ser melhores, a população brasileira nos mostra isso, todos juntos pelo Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo, em que um Estado faz um S.O.S para a humanidade.
De longe estou enviando toda a energia aos irmãos do Sul, em especial a Naidi e sua família, que me acolheram e, agora, precisam de todo acolhimento e carinho. Muito amor a todos.
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