O jornalista Igor Castanheira traz seu olhar sobre temas relacionados a inclusão e acessibilidade.
IGOR CASTANHEIRA
A minha energia está baixa Meu espírito acusa Minha alma luta Minha mente fica frágil Meu corpo sente. Talvez seja a solidão Ou o medo dela Tenho só ela como companhia. Hoje: Não há ninguém para me apoiar Não há como me enganar Não há como me distrair. Ela está aqui! Forte! Causando confusões Gerando questionamentos Será que é bom? Talvez! Mas do que eu estou duvidando? De tudo! Da realidade Da fantasia Das emoções Dos sentimentos Das palavras Das atitudes Da mudança. O medo está vencendo! A realidade é cruel Só não quero acreditar Agarro nas minhas fantasias Terapias Ciências E até na fé! Acredito em todas elas Por algum momento Todas colaboraram. Entretanto, a solidão sempre está aqui Ela pode estar escondida Adormecida Meio esquecida Porém quando bati Dói Machuca E tudo te deixa mais sensível. E de forma uma sutil e pesada Ela quer me trazer de volta a realidade Mesmo assim, resisto. Ah, solidão! Você quer encobrir meus sonhos Transformar meus valores Destruir meu universo lúdico E me fazer perder a lucidez. Ah, solidão! Pode comemorar Tomar sol Sair para ver o luar Mas o brilho das estrelas Não enxergará. Ah, solidão! Muitos te aceitam Outros você engole Alguns você enlouquece E assim você se invadisse. Contudo, logo estará faminta E rapidamente você se espalha Não precisa muito O cotidiano é seu combustível Corrosivo Duro Robótico Previsível Repetitivo Monótono Com as mais distintas dores Frustrações Amores Desamores Desilusões Ele é tão cruel quanto você. Ah, solidão! Eu sou Eu quero Eu Tenho Eu sinto Eu sou tudo que você precisa E, em poucos momentos, Sou um dos poucos que você não procura Eu quero algo que não sei o que é Mas você sabe Eu tenho algo que não me satisfaz E você sabe o que busco Muitas vezes escondo o que sinto E você me tortura. Ah, solidão! Você me traz para a realidade E deixo de escrever O medo aumenta O pessimismo toma conta As palavras não fazem mais sentido Os meus sentimentos são questionados E, mais uma vez, você tripudia. Ah, solidão! Sei que tenho que conviver com você Mas, vamos combinar assim: Você sabe onde me atingir Eu retribuo com positividade Você vem com sua realidade Eu chego com os meus sonhos Você carrega sua negatividade Eu devolvo esperança Você fere minha intimidade E as cicatrizes se fecham outra vez Você tenta me fazer desistir Eu caio Levanto E aí! Você me oferece uma dose de vingança Eu lhe dou uma gota do meu amor Você me mostra a morte Eu agradeço a vida Mesmo assim você insiste Argumenta Me abri Provoca dor Desespero Eu já cansado E estranhamente aliviado Fecho os olhos E derramo mais amor Você não compreende Tudo bem As pessoas também não
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