Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
19/03/2024 às 08h00min - Atualizada em 19/03/2024 às 08h00min

A criação das primeiras faculdades

ANTÔNIO PEREIRA
A primeira escola superior de Uberlândia não funcionou. Foi a Faculdade Livre de Farmácia e Odontologia que chegou a ter uma sede, na praça Antônio Carlos (Clarimundo Carneiro). Foi em 1935 (ou 6), o diretor era o dr. Alexandre Faria Marquez. Abriu as portas e fechou-as antes que os alunos adentrassem às classes. Por quê? Porque o seu idealizador era o professor Nelson Cupertino, comunista. Todas as portas se fecharam.

A primeira, que funcionou antes de todas as que funcionaram, foi o Conservatório Musical de Uberlândia, criado por d. Dora Pavan Capparelli e o maestro Alberto Frateschi, de Uberaba, que não ficou muito tempo, talvez pela dificuldade que era locomover-se entre as duas cidades por uma estrada que parecia uma trilha de carro de bois. Foi fundado em 1957 e iniciou suas aulas no dia 13 de julho. Seus cursos foram reconhecidos pelo MEC em 1975. 

Quando as faculdades tidas como pioneiras iniciavam suas atividades, o Conservatório diplomava sua primeira turma. Era 1961. Um dos grandes trabalhos que a professora Cora teve foi de conscientizar a cidade de que a sua escola tinha nível superior, tanto que, por ocasião da criação da Universidade ela foi incorporada recebendo o nome de Faculdade de Artes, sendo seu diretor o dr. Wilson Ribeiro da Silva.

A ideia da Faculdade de Direito foi do dr. Homero Santos quando ainda era estudante no Rio de Janeiro. Quando vinha a Uberlândia, nas férias, escrevia para o jornal “O Repórter”, de João de Oliveira, conclamando a comunidade a lutar por essa Escola.

Depois de formado, Homero, já eleito vereador, em 1958, afirmou na Câmara que criaria uma escola de direito na cidade no dia seguinte. Todo mundo achou que era brincadeira. Pois no dia seguinte, no Fórum, que ainda era na praça Tubal Vilela, no cafezinho que havia nos fundos, os advogados Homero Santos, Jacy de Assis e Cyro de Casto Almeida começaram a construir um sonho: a escola de direito. Dias depois, no Liceu de Uberlândia, criou-se a Fundação Educacional de Uberlândia cuja direção foi entregue ao professor Milton Porto. E aí começa o deslanche cultural da cidade.

Mais ou menos por época dos artigos do dr. Homero, Nelson Cupertino tentou de novo erguer uma escola superior, uma Faculdade de Filosofia, Ciências e Artes. Mas, os vigilantes da ordem política, cuidaram de criar rapidamente outra. A Madre Provincial da Congregação das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado recebeu bem a proposta de se criar uma faculdade de Filosofia anexada ao Colégio Nossa Senhora e a papelada correu célere e chegou ao fim antes que a do Cupertino.  Só não saiu primeiro porque, um dia antes, deu-se a aula inaugural da Faculdade de Direito de Uberlândia, cujo diretor era o dr. Jacy de Assis.


 
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
Leia Também »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90