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24/02/2024 às 08h00min - Atualizada em 24/02/2024 às 08h00min

Obrigado, Pedroca!

SE MANCA!, por Igor Castanheira

SE MANCA!, por Igor Castanheira

O jornalista Igor Castanheira traz seu olhar sobre temas relacionados a inclusão e acessibilidade.

IGOR CASTANHEIRA
É difícil escrever esse texto, não foram muitos encontros. Mas esbarrar com ele em meio a arte e a cultura, vendo-o movimentar e sempre sorrindo, me fazia acreditar no impossível! Pedro preocupado em desfrutar cada segundo da vida e despreocupado com essa realidade doente, nos ensinava o que realmente importa.

Sob o seu olhar, Pedro viu, sua mãe ,Karol Cordeiro aguçar a sua sensibilidade, desenvolver a sua espiritualidade, multiplicar sua fé e elevar a sua imaginação ao mais lindo potencial. Assim, essa dupla inseparável nos mostrou  o poder do amor mais genuíno, livre de preconceitos e disposto a evoluir a cada dia.

Por aqui insistimos em uma condição rara, porém a singularidade do  Pedro fez ele voar, dançar, se divertir sem medo. Ele brincou, sorriu, correu e nos ensinou que a imaginação pode criar a nossa realidade.

Enquanto ele sonhava e vivia o seu sonho, o menino  refletia um mundo diferente, o que Pedro queria para ele era receber  somente o que transmitia. De maneira simples, Pedroca gritava em silêncio, vamos amar e sorrir! Para que dificultar a vida?

Pedro sabia, como poucos, o poder e o sabor da vida. Com um esforço desumano, Karol, sua heroína, o protegia e o deixava livre das nossas imperfeições. Assim, o nosso querido Pedroca foi crescendo e se eternizando por meio da literatura, em meio aos eventos culturais, e no seu dia a dia.

Pedro nos ensinou que viver cada dia é motivo de festa, que um pirulito pode se tornar uma grande história e que a nossa imaginação pode nos levar a lugares muito melhores do que este aqui. 

Menino Pedro, a vida adulta é difícil, você viu muita gente grande e a  sua maior proteção sofrer por não compreender o quanto que viver é simples.  Você sempre soube que é possível criar um mundo melhor e, assim o fez, não se preocupou em consertar o que não tem conserto.

 Nessa realidade medrosa que criamos e que nos limita e nos impede de  melhorar o mundo, que todos sabemos que é  imperfeito, deficiente, raro e sem amor, você foi a luz e a esperança de muitos.

Em um mundo em que todos gritam, você foi ouvido. Em um mundo em que todos querem ser amados, você é. Em um mundo onde querem crescer, você fez questão de continuar a ser criança. Muitos aqui não irão compreender, porém você realmente foi raro, contudo, nos  ensinou com sua singularidade que precisamos nos encontrar com o amor e não sofrer com a realidade.

Agora no céu, com o seu espírito  livre para voar, você irá continuar sorrindo e amando, apoiando e inspirando quem o fez tão feliz nessa passagem terrena. A sua história continua e a sua mensagem está eternizada nos livros e na boa imaginação.


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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