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17/02/2024 às 08h00min - Atualizada em 17/02/2024 às 08h00min

O amor nos liberta ou nos castiga?

SE MANCA!, por Igor Castanheira

SE MANCA!, por Igor Castanheira

O jornalista Igor Castanheira traz seu olhar sobre temas relacionados a inclusão e acessibilidade.

IGOR CASTANHEIRA
Feliz e com sonhos, assim começou o meu ano. Dizer se irão se concretizar, não posso garantir, contudo, se o presente for contado com leveza e alegria, terei muitas histórias boas para escrever.

O Carnaval acabou, mas a alegria continua, a vida fica mais monótona e agora um pouco mais real, o que a faz mais triste, pois necessito de fantasias e apetrechos, às vezes me sinto fora dessa lógica, persisto a sonhar na avenida e talvez me sinto bem nesse desfile solitário, meio utópico, no entanto, a minha felicidade depende de mim e do que consigo criar.

Se o que eu acredito não existe, cabe a mim imaginar como seria o meu desfile de campeão. Gosto da festa, da multidão, das diferenças, da diversidade, das histórias e das fantasias. Eu com jeito “torto” de ver mundo, não consigo me enquadrar no que esperam, contudo, com um sorriso, disfarço o meu desespero por compreender a vida tão simples.

Por entender a busca por algo imaginário, que todos aprendemos ser normal, como um ideal de vida, ao mesmo tempo em que desejamos algo tão simples, porém não aceitamos a facilidade e mentimos para nós mesmos sobre quem somos. Com isso nós inventamos a necessidade de sermos alguém.

 Se Carnaval nos “iguala”, a vida real nos engana. Somos animalescos, fantasiosos, imaginativos e, poucas vezes, verdadeiros. As nossas notas vão caindo a cada requisito e o nosso cotidiano, que poderia ser harmonioso, é sempre uma bagunça. Isso ocorre porque nossas emoções estão em alegorias diferentes, não são equilibradas e passamos a vida buscando esse equilíbrio.

Na avenida, não disfarçamos as nossas imperfeições, mostramos as nossas mutações e, por vezes, nos permitimos ser reais. Se a fantasia que criamos diariamente nós não suportamos mais, por que seguir com esse Carnaval.?

Se a realidade nos sufoca e as festas nos iludem, por que não pensar em algo novo? Nem precisa ser tão novo assim, podemos apenas ressignificar as coisas. Se somos capazes de fabricar tantos dogmas e acreditar em tantas teorias, por que não acreditar no amor como uma forma de vida? 

Esse sentimento está nas artes, nas diversas culturas, na criação do mundo, nas histórias há milênios, mas todos nós o definem, baseados em nossas crenças e defeitos, estipulamos maneiras e até fazemos dele um vilão.

O amor não nos faz mal e muito menos fere alguém, é puro, perfeito e sem interferência humana, se sentirmos o que ele pode nos fazer, sem rotulá-lo, o mundo e nós podemos melhorar,

Não podemos mudar o passado, ele apenas pode ser contado de maneira diferente, não podemos cravar o futuro, apenas viver o presente. Seja com fantasia, festa ou com os padrões que nos limitam e que nós criamos, temos que continuar a viver. Seja qual for a nossa escolha, o amor prevalece e fará o bem, mesmo com as nossas imperfeições, nós escolhemos se o amor nos castiga ou nos liberta.


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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