O jornalista Igor Castanheira traz seu olhar sobre temas relacionados a inclusão e acessibilidade.
IGOR CASTANHEIRA
Nós temos que aprender a amar Simples assim Nós temos que passar a sentir Nós precisamos nos reencontrar Onde podemos resgatar nossa sabedoria inata? Nós precisamos nos desconectar.
Estamos mais sábios Estamos mais inteligentes Estamos mais egoístas Somos mais animais.
No nosso isolamento coletivo Nosso instinto prevalece Nosso desejo se sobressai Nossa ignorância Disfarçada de conhecimento Rouba nossa inocência.
Querendo a perfeição Buscando a excelência Procurando uma referência E nos alimentando de curtidas Estamos mais fracos.
A loucura nos domina O nosso espelho Facilmente se quebra E a nossa droga É encontrar uma nova teoria.
Ficamos empolgados Encontramos novos espelhos Nos aprofundamos no raso E criamos novos ídolos. Frágeis e imperfeitos Como nós Que querem Assim como nós Só mais um “joinha”.
Assim estamos Cada um de nós Criando mais uma teoria Querendo ser exemplo pra alguém Quem sabe Encontrar mais seguidores Mesmo que por pouco tempo Com essa necessidade incansável de dopamina Vamos rolando para cima e para baixa Para “descobrir” a mais nova maneira de ser feliz.
Não temos tempo Temos pressa Não queremos nos reconhecer Queremos um exemplo Mas não há tempo Em algum momento Seja quem você segue Ou quem segue você Enxerga em você Ou no outro Alguma imperfeição.
Queremos alguém perfeito Seja para confortar a “vitória” Seja para culpar no fracasso O nosso espelho e o espelho da nossa imagem estão rachados.
Assim se formou uma geração insegura Cheia de medos Muitas dúvidas E com milhares de ídolos descartáveis.
Com muita informação Pouco conhecimento Um excesso de soberba E muita da sua imagem arranhada A humanidade aos poucos regride.
Sem saber pra onde correr Nos divertimos Ao julgar o comportamento alheio Ao eliminar ou cancelar alguém Ao “confirmar” que estamos certos Hoje é tão “fácil”.
Descobrimos o hype do momento Alimentamos a nossa dopamina novamente E continuamos a viver inspirados em alguém Que em 10 minutos Se torna insignificante. Isso É uma droga E vicia Quando ela não lhe satisfaz Temos que procurar algo mais forte As ofensas e as críticas verbais Não irão satisfazer nosso ego.
A força bruta Será vista como a única opção Levando o nosso instinto animal Ao seu estado mais puro.
E aos poucos Vamos perder a consciência Ignorar nosso conhecimento Esquecer o que aprendemos E retornar ao começo.
Onde sobreviver Nesta selva Já devastada Será somente para os fortes.
No final Ficaremos sozinhos Lamentando Imaginando Como seria Se tudo fosse diferente.
Talvez Esteja exagerando Contudo Não aprendemos a ser feliz Aprendemos a viver na adversidade A superar problemas A criar soluções.
Enquanto Vivemos no presente Ao nosso redor Todos querem resolver problemas Sucessivamente Será que ser feliz é só isso?
Ninguém compreende O que é o “Felizes Para Sempre” Porque ninguém mostrou como é Mas para as adversidades A magia acontece.
Todavia Na realidade Precisamos parar de encontrar espelhos fixos e belos Como sempre buscamos Não iremos encontrar o padrão ideal Não estamos presos. Ao modo de vida de ninguém.
O mundo está pequeno Ele nos apresentou a diversidade Não precisamos confrontá-la Vamos acolhê-la Compreender que somos parte dela
Com isso Enxergarmos as nossas singularidades Com leveza Por consequência Admiramos a singularidade do outro.
Sem teorias mirabolantes Ou estudos de anos Não é preciso comprovação Se aprendermos a amar Tudo muda.
Mas também não aprendemos A amar Estamos condicionados Ao que o nosso imaginário Um dia criou. Ainda podemos reconstruir E fazer da nossa realidade A nossa fantasia Afinal Todos podem sentir e compartilhar Do amor genuinamente De forma inata.
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.