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11/11/2023 às 08h00min - Atualizada em 11/11/2023 às 08h00min

Como será contada a sua história?

SE MANCA!, por Igor Castanheira

SE MANCA!, por Igor Castanheira

O jornalista Igor Castanheira traz seu olhar sobre temas relacionados a inclusão e acessibilidade.

IGOR CASTANHEIRA
Nós buscamos segurança
Queremos certezas
Duvidamos do que não conhecemos
Mas acreditamos que sabemos.

Por meio de crenças
Através de costumes
Por repetição
Nos acostumamos com o comum.

Não somos flexíveis
Conforme o tempo passa
Nos acomodamos
Aceitamos e criticamos o novo.

Nesse conflito 
Inútil e desgastante
Entre gerações
Perdemos tempo
Ganhamos cicatrizes
Crescemos
E aumentamos nossa resistência.

Não adianta ter soberba
Ela nunca vai nos deixar evoluir
Nas certezas imutáveis da ciência
Ou na fé nutrida de preconceitos
Nos achamos superiores.

Com a imaginação voltada para o futuro
Com as frustrações carregadas do passado
O presente está sempre esquecido.

Não valorizamos o momento
Não prestamos atenção à nossa volta
Não somos capazes de parar
Nos concentrar e perceber
Que tudo que fazemos 
Um dia será deletado
Esquecido, modificado, amplificado ou diminuído.

Com medo de não ficarmos marcados na história
Que nem iremos contar
Estamos acostumando a multiplicar nossas dores
A estabelecer novos padrões de sofrimento
A compreender o mundo 
Como um lugar sem sentido
Como um lugar apático
Com medos
Sem amor.

Talvez
Seja por isso que a arte e cultura são sinônimos de resistência
A arte e a cultura resgatam os valores humanos
Nos mostra o quão ruim podemos ser
O quanto não nos aceitamos.

Por isso
Essas ferramentas existem
Para mudarmos
Para enxergamos o quão somos insignificantes.
Isso nos traz medo
O que fazemos?
Fugimos dele
A cultura e arte
Respeitam a nossa singularidade
Nos permite contar a história com vários finais.

Mais uma vez
O medo prevalece
Talvez
Muitos estejam acomodados
Aceitam a realidade imposta
Andam pelo caminho que lhe é permitido.

Outros
Ao terem contato com essa pluralidade
Percebem o poder de transformação
Encontram outro propósito 
Sofrem, mas sabem que precisam enfrentar.

Ao perceber as diferentes realidades
As pessoas acreditam que podem fazer seu presente melhor
Não precisam se ater aos que temem a mudança
Se unem aos sonhadores.

A cultura e arte permite esse paralelo
Entre o real e o lúdico
Entre o imaginário e o dia a dia
Assim, essas ferramentas mostram
Que podemos ser fracos ou fortes
Alegres ou tristes
Poderosos ou ninguém
No fim 
Se não nos sentirmos amados
Nada valeu a pena.

Não importa o status
A posição
O saldo
Apenas queremos pertencer.

Não busque futilidades
Não corra atrás de status
Não seja escravo do tempo
Não brigue com o presente
Não reclame do passado
Não espere pelo futuro.

Se satisfaça com o que tem
Faça do pouco muito
Valorize as pessoas 
Quantifique os momentos
Deixe o tempo levar suas memórias.

Faça da vida um rascunho
Esteja pronto para recomeçar
Se permita reescrever a própria história
Com diversos finais
Só assim saberemos
Se valeu a pena.

Se formos capazes de recomeçar
Carregando as lembranças do caminho
E sorrindo para o horizonte.

Assim
Saberemos 
Independente do final 
Que irão contar
A felicidade
Estará presente 
Na história
Tomara que seja repleta de arte e cultura
Que possam ter
Diversos finais.


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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