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21/10/2023 às 08h00min - Atualizada em 21/10/2023 às 08h00min

Por aqui continuamos em guerra

SE MANCA!, por Igor Castanheira

SE MANCA!, por Igor Castanheira

O jornalista Igor Castanheira traz seu olhar sobre temas relacionados a inclusão e acessibilidade.

IGOR CASTANHEIRA
Não aceitamos
O quão pequeno que somos
Nos achamos espertos
Inteligentes
Sagazes
Evoluídos.

Queremos acreditar nisso
Quanta ingenuidade 
Somos apenas 
Mais uma espécie 
Em extinção!

Porém 
somos cruéis
Além de nós 
Levaremos junto 
Toda a diversidade.

Sem tempo para um Adeus
Tudo acontecerá rápido
De forma indolor
Imperceptível.

Não haverá
Um recomeço
imediato
O mundo 
Renascerá. 

Talvez
Quem sabe
Um dia seremos
História.
Lhe peço
Seja quem for
O próximo
Ou a próxima 
Raça
Não recomecem 
Não vale a pena
Por favor!
Por aqui
Não aprendem. 

A vida
Não é suficiente
O sonho 
É o futuro
E o presente
Apenas um pretexto
Do próprio pesar.

Nunca estão satisfeitos
Queremos mais
Acumular
É o objetivo
E o valor
É sempre palpável
Instável
Monetário.

Vivem preocupados
Com o outro
Com o status
Com o sentimento alheio
Com a próxima conquista.

Insaciável
O mercado
Molda
Os deixam
Frios
Descartáveis
Contudo
Continuam 
Acreditando 
Na evolução
Que loucura
Isso aqui!

Tudo rápido
Conectado
E a um clique 
da destruição

Assim é
Sempre em guerra
Com desculpas
Patrióticas!

Um discurso 
Excludente
Forte
Cruel
Desumano
Mas com 
Adeptos
vivem sempre
Gerando medo
Mas
Sempre alimentam
Uma falsa esperança.

Entretanto
Haverá um futuro
Acreditam nele
Como em tantas outras coisas
Imaginárias.

Todavia 
O novo 
Nunca foi aceito
O medo
Sempre venceu.

Por aqui 
Muitas teorias
São criadas
Várias delas
Lindas!
Que podem 
Funcionar 
Em uma nova era.

Sem vícios
Ou preconceitos
Sem fórmulas
Ou padrões
O amor 
É o único bem
Daqui.

Só posso pedir
Ao próximo
Ou aos próximos
Não deem nomes
Jeitos
Padrões
Sequer
Tente compreendê-lo.

Vocês não precisarão 
Se complicar
Como os humanos
Essa raça
insignificante
involuída
E tão dona da verdade
Que fez da vida
Um fardo
Um peso
Com goles de euforia
E raros momentos
Pré-determinados 
De felicidade

Me dividiu
Me confundiu
E me construiu
E destruiu
Com as imperfeições 
Que eles
Têm.

Tive vários nomes
Formas
E me cortaram
De vários jeitos
Cada um criou 
A própria 
Singularidade.

Mas quer saber
Cansei!
Não vou morrer 
Calada.
Ninguém aprendeu
Nada.

Aqui
A guerra
Continua
Eu não sei 
Se esse desabafo
irá adiantar
Estou machucada
Doente
Em todos os aspectos
Vocês me têm 
Por inteira
Por que me dividir?
Pra que criar fronteiras?
Cada pedacinho 
Tem um nome
Uma crença
Uma guerra
Uma perda.
Preciso voltar a ser
Pangeia.
Estou pedindo socorro
E mais um pouco de 
Amor!


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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