O jornalista Igor Castanheira traz seu olhar sobre temas relacionados a inclusão e acessibilidade.
IGOR CASTANHEIRA
Me deram alguns dias. Lembram de mim em alguns momentos. Durante um dia. Celebram a minha luta. Nos outros. Continuo sozinho.
Fazem das datas Importantes. Exaltam nelas. O nosso sofrimento. Despertam a nossa piedade. E, por alguns instantes, somos vistos.
Alimentando. A nossa esperança. E também a nossa dor.
Ficamos eufóricos. Empolgados. E muitos acreditam. Está mudando!
Não!
Mais expostos. Com mais “Liberdade” para falar. Nos enganamos facilmente. Assim. Seguimos lutando. Sem rumo. Sem unidade. Sem propósitos. Cada um segue. Sozinho. O seu caminho. Contudo. Muitos acham que estão sendo ouvidos. Será?
Está aqui um. Que escreve. Fala. Divulga. A sua luta Só.
Muitos apoiam. Aceitam. Concordam. Aderem. E admiram a singularidade.
Então. Por que o sentimento de abandono? Porque cansa. O meu sorriso. Não fura a bolha. Mas, ele me fortalece. E sigo em frente. Até quando? Não sei!
Talvez me conforme Um dia. Entre no jogo E jogue.
Me contente. Com o que é oferecido. E aceite. Migalhas de piedade. Esforçado. Guerreiro. Mas nunca necessário
Vamos Lute! Resista. Enfrente! Durante um dia. Tudo bem! Mas todos. Não!
Pra mim. É egoísmo. Celebrar a luta. E a dor de muitos. Que compartilho.
Isso. Não tem sentido.
Mas aprendemos. com o sofrer Com a dor. Mas que escolha temos?
Ignorantes. Preconceituosos. Sem empatia. Mas com poder. Estabelecem. Somos inferiores.
Então. Lutem! As duras penas E com muitos. pelo caminho. Evoluímos. De um jeito Torto! Não eficaz. Cheio de teorias Muitos dogmas Vários desencontros E milhares de medos.
Assim. A história é contada. A maioria das lutas. Independentemente. Se remete a mim. Ou não. Se elas mudarem. O curso da história. O reconhecimento. A maioria das vezes. Só vem. Se vem. Póstumo. Enaltecemos o passado Valorizamos o “Valor”. Do presente. E planejamos. O futuro. Sempre. Incerto.
Compensa? Não sei. Não sou eu quem define isso. Não serei eu. Quem contará essa história. Sou inferior. Lembra? Talvez. Um superior sensibilize. E compartilhe. Uma utopia.
Preciso de ajuda. Sozinho. É difícil.
No entanto. A luta. O sofrimento. A dor. E a nossa inferioridade. Traz à tona. A nossa deficiência.
Com a capacidade de pregar a igualdade. Mesmo, não a querendo. E, pior. Sabendo que a mesma é utópica. Aparentemente. A nossa luta É lúdica. Entretanto. Muito alimentada. Pouco valorizada. Contudo. A cada ano. Um pouco mais barulhenta. No entanto, eles. Rotulam as diferenças. Estipulam padrões. E determinam verdades absolutas Por meio de uma fé. De mercado. Eles criam uma fábula. Manipulam os nossos sonhos. E nos matam. Aos poucos. Roubam nosso brilho. Acabam com a nossa pureza Mas nos mantém lutando.
Assim.
Comprovamos a nossa incapacidade. E a nossa insignificância. Vivemos para sobreviver. Não pra cultivar. Somos egoístas. Destruímos para reconstruir. Sem base. E sem fundamentos. Vamos afundando. E escondendo. O quão puro podemos ser.
Mas aprendemos. A compreender. A Definir. A quantificar. A dar validade. A equiparar. O amor. Com nosso ego. E, de forma natural. Aceitamos E passamos A crer Que o sentimento mais nobre Que nos faz. Humanos. Se transformou Em uma grande fraqueza. Contudo. Lutar. E sofrer. Nos torna Mais fortes Contraditórios. Seguimos lutando. Ao mesmo tempo. Em que amamos menos.
O meu dia De luta ou não. Deixa o amor livre Que carrega No sorriso A esperança De um calendário Sem datas “especiais” No qual Celebramos a vida E que a luta e o sofrimento Sejam esquecidos. Na história. Assim como. Muitos de nós. são esquecidos. Diariamente.
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.